segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

A pedra no meio do caminho

Extraído do site da Revista Inforochas



Gabriely Sant'Ana

Empresários do setor de rochas sofrem com a demora na liberação de autorizações para extração em jazidas, ao mesmo tempo em que são prejudicados com multas e interdições pelos órgãos fiscalizadores

Empresas do setor de rochas estão sendo prejudicadas pela forma como é realizada a fiscalização das jazidas de mármore e granito. É o que afirma o presidente do Sindirochas, Áureo Mameri, observando as operações realizadas pelo Ministério Público do Trabalho, Ministério de Minas e Energia e Polícia Federal, que resultaram em multas e interdições de pedreiras, no final do mês de outubro.

Na ocasião, 52 jazidas localizadas no Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais foram interditadas, paralisando a atuação de 840 trabalhadores. Em sua maioria, as interdições foram provocadas pela ausência de documentos que autorizam as operações de lavra, sendo que os mesmos já foram requeridos há mais de um ano ao DNPM e ao Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), porém sem sucesso.

Segundo Mameri, os empresários sofrem tanto com demora para a liberação de laudos de segurança quanto com a falta de critérios específicos, já que a segurança do setor de rochas ornamentais é regulamentada pela lei NR-22, criada para a operação de grandes mineradoras, sem considerar as diferenças entre cada arranjo produtivo que trabalha com a extração mineral.

“Deste modo, fica quase impossível que indústrias de pequeno porte, segmento no qual está incluída a maioria das empresas de rochas, atendam a tantas exigências. Inclusive, muitas destas exigências não estão em alinhamento com nossas atividades, causando ainda mais prejuízos”, explica.

Para resolver esta situação, o Sindirochas vem reivindicando junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a criação de uma norma simplificada que leve em conta as especificidades da atividade, como informa o assessor jurídico da entidade, Henrique Nelson Ferreira.

“Essa proposta já foi encaminhada à Subcomissão Permanente Nacional do Mármore e Granito, pertencente ao MTE, sendo muito bem aceita. O problema é que, há praticamente dois anos, o Ministério não viabiliza mais a reunião dessa Subcomissão, que tem a possibilidade de discutir a proposta e encaminhar à Comissão Permanente Nacional de Mineração. Esta, por sua vez, elabora a proposta normativa e a submete à publicação pelo Ministério do Trabalho”, informa.

Ainda segundo Ferreira, a principal alegação para o cancelamento das reuniões é a falta de orçamento. “Enquanto isso, os fiscais do Ministério do Trabalho e os procuradores do Ministério Público do Trabalho exigem das empresas de rochas ornamentais as mesmas condições que se exige para a Vale, por exemplo, resultando invariavelmente em interdição das pedreiras fiscalizadas”, esclarece.

Mais entraves

Segundo o superintendente do Sindirochas, Romildo Tavares, além das dificuldades encontradas com o Ministério do Trabalho, as empresas de rochas ornamentais também convivem com a morosidade de outros órgãos fiscalizadores, como o DNPM e o Iema.

O DNPM, órgão federal responsável pela concessão e fiscalização dos direitos minerários, não possui a estrutura adequada para fornecer concessões em prazo hábil. Deste modo, a empresa é praticamente obrigada a optar entre paralisar suas atividades ou funcionar sem a cobertura legal, ficando sujeita às consequências de uma fiscalização dos órgãos responsáveis.

A falta de concessão pelo DNPM, por sua vez, impede que a empresa venha a solicitar licença ambiental junto ao Iema e, portanto, continue ilegal tanto junto ao órgão federal de registro, quanto junto ao órgão ambiental do Estado, deixando-a a mercê de sua própria sorte.

“Acontece que o próprio Iema chega a demorar até mais de três anos para realizar vistoria de áreas, o que faz com que as empresas fiquem em situação irregular sem que tenham culpa”, ressalta.


sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Setor de rochas define jornada

Extraído do site Gazeta Online
Rita Bridi - rbridi@redegazeta.com.br

A jornada diária dos trabalhadores da área de rochas ornamentais não poderá ser superior a oito ou a dez horas, ainda que haja previsão em acordo coletiva acima desse limite.
É o que diz o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado ontem pelo procurador regional do Trabalho, Levi Scatolin, e por representantes do Sindirochas e Sindimármore. Os sindicatos assumiram o compromisso de não mais incluir cláusulas nos futuros contratos coletivos.
O procurador destacou que a limitação da jornada legal "implica na integridade física, psíquica e social do trabalhador, além de demonstrar a responsabilidade das empresas, dando-se ênfase ao caráter social, com o afastamento do risco de condenações futuras".
De acordo com o TAC, o descumprimento da obrigação firmada sujeitará ao recolhimento de multa no valor equivalente a R$ 20 mil por sindicato, sem prejuízo do cumprimento da obrigação. A multa é reversível para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), e na hipótese de extinção deste, para os cofres da União Federal.
O acordo foi fixado por tempo indeterminado e será fiscalizado pelo Ministério Público, com o auxílio da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego.

O que esperar de 2009?

Extraído do site da Revista Inforochas

Neyla Tardin

O setor de rochas ornamentais no Espírito Santo está buscando transformar o momento de crise financeira mundial em um novo e diferente ciclo de crescimento. O olhar dos empresários se volta agora para o mercado interno, que hoje representa apenas 4% do consumo de revestimentos, e outros nichos internacionais, reduzindo a dependência dos contratos com os Estados Unidos, epicentro da turbulência global e destino de 78,9% dos mármores e granitos manufaturados exportados pelo Estado.

O ano de 2009 será, portanto, a consolidação dessas alternativas para a sobrevivência e para a retomada da expansão do setor de rochas. “No mercado interno, as empresas passam a concorrer com a cerâmica, o carpete, a madeira e com outros produtos sintéticos. Os resultados dessa ação serão perceptíveis entre 2009 e 2010, pois se leva um tempo para se estabelecer relações comerciais sólidas”, disse o superintendente do Cetemag, Herman Krüger.

Países do Oriente Médio e Europa Oriental são exemplos de mercados, até então, tidos como não-convencionais pelo setor de rochas, segundo o presidente do Sindirochas, Áureo Mameri. Ele reforça a necessidade que os empresários têm de deixar o eixo americano e buscar outros importadores.

“Naturalmente, com a crise, é preciso ter cautela em todos os segmentos. Mesmo assim, o mercado interno tem sido um caminho percorrido com relativo sucesso pelas empresas mais estruturadas e que mais bem se adaptaram à crise. O mercado brasileiro é uma opção interessante para as empresas colocarem seus produtos, desde a chapa até os materiais acabados, com maior valor agregado, considerando uma logística mais fácil entre fornecedores e consumidor final”, recomenda Mameri.

O setor vem sofrendo impactos da crise mundial desde meados de 2007, a época da quebra de bancos americanos que negociavam títulos vinculados a hipotecas para consumidores de baixa renda. Desde então, cortes de pessoal e de gastos em geral têm sido medidas comuns nas empresas, como forma de fortalecer o caixa e sobreviver aos tempos de demanda desaquecida.

Segundo dados do Centrorochas, as exportações brasileiras de rochas vêm sofrendo sucessivas retrações ao longo deste ano. Dados nacionais apontam que, de janeiro a outubro, o setor negociou US$ 821 milhões, correspondentes a cerca de 1,7 milhão de toneladas de produtos vendidos. Esse valor representa uma queda de 11,54% no montante, em relação a igual período de 2007.

Dólar versus demanda

Por enquanto, diante da escalada do dólar (neste mês ele atingiu a cotação de R$ 2,46), as exportações têm uma espécie de “bengala”. Isso significa dizer que a valorização da moeda americana compensa, em parte, a redução das vendas para os Estados Unidos, explica o economista Bruno Funchal, professor da Fucape Business School.

“Porém, o recuo do dólar acontecerá de forma mais rápida do que o retorno da demanda para os patamares anteriores”, acredita Funchal, já que, no mercado financeiro, os movimentos são mais dinâmicos do que os efeitos na economia real (que inclui mudança de hábitos de consumo, redução no nível de desconfiança, entre outros aspectos).

O mesmo diz o presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Waldenor Cezário Mariot: “Os efeitos positivos de uma desvalorização do real podem ser superados pelos efeitos negativos da retração econômica”.

“De repente, será possível transformar esse momento em uma oportunidade para fortalecer-se e preparar-se para um crescimento que, certamente, virá”, finaliza Mariot.

Exportações

As exportações de rochas ornamentais fecharam o mês de outubro com um volume negociado de US$ 87 milhões/FOB (correspondentes a 193 mil toneladas de produtos). Houve queda de 16,58%, em relação ao mesmo período de 2007.

Todos os produtos apresentaram variação negativa, até mesmo a ardósia, que vinha se destacando com índices de variação de crescimento positivo.

Nesse mesmo período, o total das exportações capixabas apresentou uma variação negativa em torno de 7,80%, bem inferior ao resultado em nível nacional (-16,58).

Os Estados Unidos ainda detêm a posição de maiores importadores das rochas ornamentais brasileiras, em volume total e em produtos manufaturados.

A China ocupa a posição de maior importador de blocos de mármore e granito, enquanto o Reino Unido lidera a posição de maior importador das ardósias, e a Alemanha é o principal destino das outras rochas brasileiras.

Crédito e juro garantidos

Bancos centrais de todo o mundo têm lançado medidas de estímulo ao crédito, com injeção de recursos no mercado financeiro, apoio à compra de carteiras de bancos em dificuldade e apoio às construtoras de imóveis – principal parceiro do setor de rochas ornamentais.

Uma boa e tranqüilizadora notícia é que esses pacotes têm amortecido efeitos da crise: o mercado imobiliário deve continuar aquecido diante da manutenção das taxas atuais de juros (de 5% a 12%) e do prazo de até 30 anos para pagar. A garantia foi dada pela Caixa Econômica Federal, que adota a política pelo menos até o final do primeiro semestre de 2009.

“Não vão ocorrer mudanças nas regras este ano e também não há nenhum aumento das taxas de juros previsto para 2009”, informou o gerente regional de Negócios da Caixa, Carlos Cerqueira Guimarães, em coletiva à imprensa no mês passado.

Quanto ao crédito oferecido às empresas, em especial para o setor de rochas, o Banco de Desenvolvimento do Estado do Espírito Santo (Bandes) espera manter suas principais linhas de crédito voltadas para a exportação, com taxas que partem de 5% ao ano mais TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo).

Para o presidente do Bandes, Waldenor Cezário Mariot, embora a crise não tenha afetado diretamente os recursos disponíveis no Bandes e no BNDES (de onde vêm parte dos aportes repassados aos empresários pelo banco estadual), o momento é de cautela para o setor de rochas.

“Temos um horizonte indefinido no cenário mundial para a economia, de maneira geral, e para os principais clientes de rochas ornamentais, em particular. As empresas devem, então, estruturalmente, focar na competitividade e na racionalização de processos”, recomenda Mariot.

6 dicas para enfrentar a crise em 2009

O economista Bruno Funchal, professor da Fucape Business School, acredita que o exportador de rochas pode perder menos durante a crise financeira global se adotar uma boa gestão estratégica. Abaixo, ele dá dicas importantes para o empresário que está disposto a ter seu negócio fortalecido, no fim das contas, após esse período de turbulência.

1- Hora de reduzir riscos

A postura conservadora é comum em tempos de crise. Afinal, quando a economia não vai bem, são muitas as variáveis envolvidas: às vezes inflação, às vezes queda de consumo, às vezes desconfiança do consumidor, enfim, tudo ao mesmo tempo. O cenário fica nebuloso e embaça a visão dos empreendedores.

Dessa forma, a saída para quem exporta, por exemplo, pode ser a assinatura dos chamados contratos de “hedge” cambial. São acordos em que o vendedor antecipa o valor a ser vendido em reais. Diante dessa instabilidade do dólar, e já que o principal mercado do setor de rochas é o americano, essa pode ser uma excelente alternativa.

2- Fortaleça seu caixa

A crise financeira mundial é, antes de mais nada, uma crise de escassez de crédito. O financiamento fica mais caro, com juros mais altos, e mais curto, com prazos reduzidos para pagar a dívida. Empréstimos mais comuns, como o do cheque especial, elevaram em muito suas taxas nos últimos meses. Assim, é importante fortalecer o caixa da empresa, ter um bom “estoque” de capital de giro para investimentos. Por isso, poupe.

3- E se o caixa já estiver vazio...

Busque o banco, não tem jeito. Sem capital de giro, não há gestão eficiente, nem sobrevivência da empresa. Uma forma de pagar menos aos bancos na hora de tomar um empréstimo é negociar com o gerente a chamada garantia real.

Ao firmar um contrato de crédito, o empresário deve oferecer um bem (máquina, equipamento, por exemplo) como garantia para o pagamento do valor devido. Dessa forma, cai o risco de o credor deixar de receber o dinheiro de volta, e o banco reduz os juros. Mas é preciso negociar e mostrar que a empresa tem condições totais de arcar com aquela dívida, solidez histórica e boa administração.

4- Cortes, cortes e mais cortes

É preciso trabalhar de forma enxuta. Muitas empresas aproveitam o momento de crise para aumentar a eficiência e eliminar a capacidade ociosa de mão-de-obra e de maquinário.

Um exemplo relativamente recente: depois do apagão, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, todo brasileiro passou a economizar, espontaneamente, energia em casa. Usou menos o chuveiro elétrico, desligou as luzes que deixava acesas. Houve uma mudança de cultura. O mesmo deve acontecer nas empresas: mudança de hábitos e uma política de combate contínuo ao desperdício (do papel, ao cafezinho etc. Essas pequenas coisas, quando em grande volume, representam uma boa economia).

5- Emprego, antes de tudo

Enxugar é importante, mas o empresário que fizer cortes “burros” não sai ganhando com isso. É preciso saber o que (e quem) cortar e se realmente é preciso demitir pessoal.

6- Diversificar mercados

Essa estratégia, infelizmente, não dará ao empresário nenhuma vantagem no curto prazo, mas apenas no longo prazo. Essa é uma regra geral, que, se não foi feita ainda, deve ser feita a partir de agora para garantir o futuro do negócio exportador.

Buscar outros mercados, diferentes dos Estados Unidos, por exemplo, requer munição: pesquisas de comportamento dos consumidores e das empresas, números das economias regionais, estatísticas de preferências por consumo, estudo dos segmentos econômicos.

Se o empresário conhece bem sua demanda (ou a demanda que ele quer conquistar), ele erra bem menos em suas tomadas de decisão, sobre controle de custos e sobre administração dos gastos a longo prazo. Ter em mãos boas pesquisas é essencial.

A magia das pedras

Extraído do site da Revista Inforochas

Desde a Antigüidade, as pedras preciosas e semipreciosas significaram muito para o homem, pois o uso de uma jóia lhes conferia o status de poderoso, rico, honrado. Também eram usadas como amuletos contra qualquer tipo de inimigo ou doença.

Diz-se que os Hindus foram os pioneiros na lapidação e na utilização das pedras lapidadas, cujas técnicas, posteriormente, foram adquiridas pelos gregos e romanos, que passaram a usar alianças de compromisso, em noivado e casamento. Daí para o restante do mundo, foi num estalar de dedos.

Atualmente, além das mais belas jóias, existem os famosos anéis de formatura, que são dados por pais orgulhosos aos seus filhos, com suas vistosas pedras, que diferenciam a profissão. Vejamos: Economia, água marinha; Geografia e História, ametista; Medicina e Veterinária, esmeralda; Odontologia, granada; Psicologia, lápis-lazúli; Direito e Jornalismo, rubi; Farmácia, topázio amarelo; Educação Física, turmalina verde; engenheiros e geólogos, safira azul.

O assunto sobre pedras é por demais interessante e longo, pois apresenta mil e uma facetas das quais muitas estão ligadas à energia emitida e a “Magia das Pedras”.

Para finalizar a matéria, vamos aproveitar o fim de ano para utilizar a energia de algumas pedras. Embora muitos considerem folclore, não custa nada tentar:

Ametista: traz paz, pensamentos positivos, combate o alcoolismo e depressão e protege contra ladrões e lesões corporais.

Citrino: traz prosperidade, ajuda profissionalmente, combate fraquezas físicas e mentais.

Granada: reforça a energia física e sexual, repele as energias negativas e ajuda a desenvolver a coragem e o magnetismo pessoal.

Hematita: cura problemas sanguíneos, traz tranqüilidade, elimina várias doenças e é estimulante sexual.

Quartzo azul: atua em tudo relacionado à garganta e à boca, bom para comunicação tranqüilidade e equilíbrio.

Quartzo rosa: é o amor; cuida de doenças cardíacas, aumenta os glóbulos vermelhos, aumenta a auto-estima e combate rugas.

Quartzo verde: recupera a resistência imunológica, o equilíbrio, calma, saúde e prosperidade.

Quartzo transparente: energizador, trabalhos para curas, auxilia na cura das doenças psicossomáticas. É o “cristal curinga”, porque atua em todos os setores.

Sodalida: boa para os cinco sentidos, para a intuição e é recomendada para meditações, ajuda o crescimento espiritual e traz sabedoria.

Turmalina negra: boa na cura de artrite, reumatismo e doenças coronárias. Combate a ansiedade e a desorientação.

Pirita: também conhecida como ouro dos trouxas, por parecer muito com o vil metal, propicia dinheiro e sorte. Traz sorte, dinheiro e capacidade mental e é regida por Marte.

Olho de Gato: bom para os nervos, tendões, musculatura e vias respiratórias. Fortalece a atenção e a concentração e bom para o relaxamento e a meditação.

A “Magia das Pedras” é importante para o pessoal do setor de rochas ornamentais, para combater o estresse que a crise financeira mundial está nos causando ou então, para descobrir outras utilidades para os granitos. Quem sabe um anel de granito para combater olho gordo?

Rubens Puppin
Geólogo do Sindirochas

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O futuro do presente

Extraído do site da Revista Inforochas

A presente crise financeira mundial, que teve sua origem no setor imobiliário americano, nos remete a reflexões. As empresas de comércio exterior acabam sendo as maiores vítimas e aí se incluem as de rochas ornamentais.
Historicamente, as exportações brasileiras de rochas têm uma concentração significativa nos EUA.
Nos campos interno e externo, para se contrapor à crise, medidas preventivas e imediatas estão sendo tomadas, com o objetivo de restaurar a liquidez do sistema financeiro, tão necessária para movimentar as respectivas economias.
No caso do Brasil, entre outras decisões tomadas pelo Governo brasileiro, o destaque é para a maior flexibilidade no recolhimento, pelos agentes financeiros, dos compulsórios à vista e a prazo; para o apoio às construtoras, quando disponibilizou em dois dias R$ 20 bilhões, manutenção das condições de financiamento do setor imobiliário; e para freqüentes leilões feitos pelo Banco Central aumentando a oferta de dólares.
Deve-se ressaltar que algumas das medidas anteriormente citadas têm rebatimento direto no setor de rochas, como as ligadas à atividade da construção civil, ao mesmo tempo em que os leilões têm o objetivo de conferir ao câmbio uma cotação que traduza uma máxima aproximação do ponto de equilíbrio, que atenda aos interesses de exportadores e importadores.
Em nível internacional, todos os Bancos Centrais, capitaneados pelos da Comunidade Européia e dos EUA, injetaram bilhões de dólares na economia, via instituições bancárias, numa ação até certo ponto estatizante, evitando assim um desastre de proporções indesejadas.
No entanto, se referidas medidas tomadas, tanto lá quanto aqui, são adequadas e suficientes, só o tempo será capaz de responder.
Não se pode descartar a possibilidade concreta de continuar havendo fortes restrições ao crédito, reduzindo a demanda dos importadores dos produtos de rochas ornamentais, por exemplo.
Internamente, menos mal, pois, quando de alguns leilões de dólares do Banco Central, essa entidade atrelou o mesmo à obrigação dos bancos participantes de aplicar o montante leiloado em operações de financiamento à exportação. Não se sabe ainda se o montante aí destinado será suficiente para atender a nossa demanda, o que até o momento não se fez sentir.
Independente dos cenários que possam vir a ser projetados, exercício muito comum dos economistas nessas ocasiões, a verdade é que as empresas de rochas ornamentais devem refletir sobre algumas questões cruciais, tais como:
- Reavaliação dos mercados atuais, quanto à sua distribuição;
- Não ceder às pressões dos importadores para reduzir preços, conforme notícias mais recentes, evitando erros de passado recente;
- Otimização do gerenciamento do capital de giro;
- Política de crédito praticada;
- Aumento de produtividade e redução de custos;
- Rever planos de investimentos já definidos para o médio prazo.
Paralelamente, é fundamental que o setor passe a pensar e agir de forma institucional, com a participação conjunta de todas as suas entidades representativas, visando a adoção de medidas, de natureza diversa, que venham ao encontro de seus interesses.
Outro ponto que não deve ser esquecido é o apoio à construção, no litoral capixaba, do Porto de Águas Profundas, discussão essa já em andamento.
Com tantas variáveis presentes que conduzem, neste momento, a economia mundial a incertezas, o recomendável é acima de tudo buscar alternativas e, principalmente, o fortalecimento institucional do setor através de uma maior participação de todos.
Adilson Borges Vieira
Presidente do Centrorochas

Hora de arrumar a casa

Extraído do site da Revista Inforochas

Após experimentar um período de franca expansão nos últimos cinco anos, a indústria capixaba começa a sentir os efeitos da crise americana e se prepara para um período de “arrumação da casa” em 2009. É o que informou o presidente da Federação das Indústrias Capixabas (Findes), Lucas Izoton, durante o tradicional anúncio do balanço anual da Indústria Capixaba para jornalistas. Este ano, o evento foi realizado no dia 9 de dezembro, no MS Buffet, em Vitória.
Até o mês de setembro, o setor industrial capixaba apresentou crescimento de 12,9%, muito acima da previsão, e deve chegar aos 10% até o final de 2008. Já o faturamento acumulado do setor foi de 12,5% e o da produção acumulada foi de 12,9%. No entanto, em outubro houve queda de 2,7% na produção industrial, marcando o início da crise no Estado.
Outro exemplo apontado por Izoton foi a queda registrada sobre a venda de produtos capixabas para o exterior, que vem caindo 37,5%, em média, desde setembro, quando a crise eclodiu. Antes, em média, eram exportados US$ 800 milhões mensais.
Ele também afirmou que o setor de rochas ornamentais foi um dos mais prejudicados pelo desaquecimento do mercado internacional, além dos de minério de ferro, aço, celulose e café. A perspectiva é que as exportações de mármore e granito, que no ano passado ultrapassaram os US$ 720 milhões, cheguem apenas a US$ 600 milhões em 2008.
“Para o ano que vem, projetamos um primeiro um trimestre fraco em importação e exportação, pois será a hora que em que todo mundo estará adequando seus estoques”, disse, sem tom de alarmismo.
Contudo, o presidente da Findes manifestou que os tempos de crise também são uma ótima oportunidade para avaliar os negócios e arrumar a casa. Segundo ele, é como se o mundo estivesse recomeçando. “No cenário de curto prazo, todos estão reduzindo os seus estoques de material acabado, insumos, entre outros. A crise vai ser do tamanho da criatividade de cada empresa e como passar por ela, vai depender da competência das equipes”, ressaltou.
“Qualquer previsão para 2009 é leviana, por causa do câmbio e também outras variáveis, como o consumo. Porém, gráficos mundiais apontam que as empresas sempre saem muito fortalecidas de uma crise”, completou.
Setor de rochas
Lucas Izoton frisou que a Findes está apoiando o setor de rochas, principalmente no sentido de se encontrar novos mercados, como por exemplo, o árabe. “Uma das idéias que começam a ser desenvolvidas é inserir as rochas capixabas no showroom da Apex em Dubai, nos Emirados Árabes. Estamos pensando em revestir as paredes do espaço com pedras daqui do Estado e, para isso, devemos levar cerca de 50 placas de 2 metros”, adiantou.

Presidente do Cetemag realiza palestra para estudantes do setor

Extraído do site da Revista Inforochas

Alunos dos cursos de Mineração e de Rochas Ornamentais do Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo (Cefetes), em Cachoeiro de Itapemirim, tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre as rochas e suas aplicações na palestra “Processo e Utilização de Rochas”, realizada no auditório da instituição, no dia 23 de outubro.
Ministrada pelo presidente do Cetemag, Emic Malacarne Costa, a palestra mostrou os principais problemas enfrentados nos processos de extração e beneficiamento de rochas, assim como os problemas quanto ao seu comércio e aplicação. Durante a apresentação, os alunos aprenderam um pouco sobre todo o processo produtivo, desde a escolha da pedreira, desdobramento da lavra, logística, serrada, processo de polimento, tratamento, utilização e aplicação.
Emic frisou a importância do corte paginado bem feito, a aplicação das rochas com a combinação das cores e paginação utilizando os movimentos das pedras, assim como sua manutenção antes, durante e após a obra.
“Nossas rochas muitas vezes não são valorizadas em sua plenitude porque precisam ser bem trabalhadas. Como, muitas vezes, os profissionais não sabem utilizá-las, elas não são requisitadas como deveriam”, explica o presidente do Cetemag.
Emic falou também sobre os conhecimentos básicos do processo, com uma visão que todo profissional do setor deve ter, incluindo o da área de vendas. “É muito importante esse contato com os alunos, assim garantimos o ingresso no mercado de profissionais qualificados e com a visão de todo o processo de rochas”, explica.
O aluno do primeiro ano do curso de Mineração, Matheus da Silva Ramos, concorda. “Gostei muito da palestra. Sei o quanto é importante entendermos esse processo. Para nos tornarmos profissionais, é necessário termos contato com pessoas que têm essa visão completa da cadeia de rochas e que queiram dividir com a gente. Assim, fica mais fácil aprender”, disse.
O saldo da palestra foi positivo para o presidente do Cetemag. “Sempre é válido trabalhar com os futuros profissionais do setor. Precisamos despertar neles a vontade de se aprofundar no arranjo e, assim, conseguirmos mais profissionais que se dediquem a pesquisar informações de análise química, física e petrográficas. A falta desses conhecimentos atrapalha a divulgação da rocha. São necessárias análises interpretadas por profissionais que saberão detectar qual a forma de utilizar a rocha, sua usabilidade e aplicação”, finaliza.
Com duração de uma hora e vinte minutos, a palestra reuniu no auditório da Cefetes mais de 100 alunos, além do diretor Aloísio Carnielli e o superintendente do Cetemag, Herman Krüger, da supervisora administrativa, Andrea Lima, e a gestora Financeira e de Projetos da entidade, Jackeline Gaigher.
O superintendente do Cetemag explica que a palestra faz parte de um plano de ação da entidade para o desenvolvimento do setor. “Essa é apenas mais uma das inúmeras ações que o Cetemag fez este ano na área de qualificação profissional. Para o próximo ano, mais palestras e ações estão agendadas”, afirma.
Curso de Segurança e Movimentação de Cargas
Dentro do processo de qualificação profissional do Cetemag, em outubro a entidade deu início ao curso inédito de Segurança e Movimentação de Cargas.
Com 40 horas de duração, a primeira turma se formou em 29 de outubro. Ao todo, 50 alunos aprenderam como trabalhar dentro da NR11, Norma Regulamentar que torna obrigatória a capacitação dos funcionários quanto às atividades de armazenamento e transporte de chapas.
De acordo com a coordenadora de Cursos do Cetemag, Cristiane Bittencourt, a demanda para mais turmas é grande, uma vez que, até junho do próximo ano, todas as empresas têm que estar legalizadas. Para novembro, mais dois cursos estão agendados.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Impacto da crise na indústria capixaba será maior em 2009

Extraído do site do Gazeta Online

foto: Melina Mantovani - Lucas Izoton - Presidente Findes - 'O momento é de cautela'


Alta do dólar, escassez de crédito, redução da demanda, aumento do desemprego. Os números da economia capixaba em 2009 não devem ser tão vigorosos quanto os deste ano, apresentados nesta segunda-feira (8) pelo presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Lucas Izoton. Os reflexos da crise imobiliária nos Estados Unidos, que afetou a economia mundial, já atinge a indústria capixaba. Mas, o cenário para os próximos meses deve ser ainda pior como mostra levantamento feito pela Findes dos diversos setores indústriais.
A dependência da economia capixaba dos grandes projetos e da exportação de commodities vão reverberar em várias áreas de atuação da indústria. O setor metalmecânico deverá ser fortemente impactado diante da revisão dos cronogramas de obras das grandes plantas; da redução da produção nas usinas da Vale e Aracruz Celulose entre outras já anunciadas. A ArcelorMittal Tubarão, a princípio deve manter os projetos de expansão de 7,5 para 11 milhões de toneladas, mas o cronograma será revisto.
Os principais produtos exportados pelo Espírito Santo, de acordo com dados de janeiro à outubro deste ano, são as commodities como minério de ferro (44,45%), aço (26,73%) e celulose (10,41%), todos cotados a dólar. A construção civil deve continuar forte, mas diante da revisão de alguns projetos sofrerá desaceleração. As empresas de outros estados que vieram para o Espírito Santo estão revendo os planos de expansão e o mercado imobiliário, muito aquecido em 2008, pode ser afetado.
"O que acontece é que a indústria capixaba ainda depende muito de commodities. O que nós precisamos fazer é acelerar o processo de melhoria da agregação de valor em todos os setores empresariais para que nós possamos, assim, gerar mais empregos em nosso Estado", disse o presidente do Sistema Findes.
O setor de rochas ornamentais, que já vinha enfrentado problemas ao longo do ano, não vai repetir o desempenho sequer de 2007. A exportação de mármore e granito deve registrar queda entre 15% e 18%, caindo de US$ 730 milhões para pouco mais de US$ 600 milhões até o final de 2008. O setor está em busca de novos mercados para tentar manter o volume de exportação.
O setor industrial capixaba em 2008 apresentou crescimento de 12,9%, muito acima da previsão, segundo Izoton, e deve chegar aos 10% até o final do ano. Já o faturamento acumulado do setor foi de 12,5% e o da produção acumulada foi de 12,9%. No entanto, em outubro houve queda de 2,7% na produção industrial, o que representa o início da crise no Estado.
Os setores que mais cresceram no Espírito Santo até o mês de outubro deste ano foram o da metalúrgica básica, com crescimento de 21,5% e o da indústria extrativa, com 19,6%. Café segue na lista dos produtos mais exportados com 5,97%.
O crescimento das exportações no Estado de janeiro a outubro chegou à 51% superando o do Brasil que ficou em 27,9%. O Estado exportou mais de US$ 8 bilhões no período e a projeção é que chegue a dezembro com US$ 9,8 bilhões.
As importações no Estado cresceram 34,4% no Espírito Santo. O Estado importou mais de US$ 7 bilhões. O número de importações da indústria local deve chegar a US$ 8,5 bilhões. A valorização do dólar traz mais Reais para os exportadores e impacta negativamente as importações, salienta Izoton.
Os principais produtos importados pelo Estado são as Hulhas, ou seja, o carvão mineral (13%), os catodos de cobre (8,4%). Os automóveis ocupam a terceira posição com 7,06%. Em seguida, os produtos que o Estado mais importa são os acessórios para impressoras (4,27%) e tecidos e fios (3,02%).
Cautela
O presidente do Sistema Findes acredita que o momento continua sendo de muita cautela devido à crise econômica mundial. "Continua sendo uma momento de todo mundo reavaliar seus estoques , reduzir seus custos e também atentar muito para o crédito. O fluxo de caixa, ou seja , a disponibilidade financeira é algo essencial que todo o empreendedor, todo empresário vai ter que monitorar no seu dia a dia", disse.
Os dados indicam que o crescimento dos empregos até outubro chegam a 3,3%. Izoton lembra, no entanto que com o desaquecimento da economia, o número de empregos não cresce mais na mesma intensidade. "Eu acredito que em alguns setores possa haver desemprego, mas o que nós precisamos fazer é aproveitar o momento para qualificar ainda mais os nossos trabalhadores para que com a retomada do crescimento e quando essa crise passar, ele possa ter empregos de melhor nível ainda", declarou.
Tendências
Construção Civil:
continua forte, mas está revendo alguns de seus projetos. As empresas de outros estados que vieram para o Espírito Santo estão revendo seus planos de expansão; o mercado imobiliário, muito aquecido em 2008, pode ser afetado;
Vestuário: melhora as condições de exportação e inibe as importações; Pode afetar a fatia no mercado interno;
Metalmecânico: deve reduzir o crescimento, porque poderá haver revisão dos cronogramas de obras das grandes plantas;
Celulose: preços em queda com recuperação no médio prazo. Estão sendo revistos projetos de expansão;
Minério: A demanda cai a curto prazo, mas os planos de investimentos a longo prazo continuam;
Siderurgia: A ArcelorMittal Tubarão, a princípio deve manter seus projetos de expansão de 7,5 para 11 milhões de toneladas, com revisão do cronograma;
Rochas: A crise imobiliária nos EUA impactou fortemente o setor de rochas que exportou US$ 730 milhões em 2007. O setor poderá buscar novos mercados. Deve exportar pouco mais de US$ 600 milhões de dólares em 2008;
Construção Pesada: deve reduzir a previsão de crescimento já que o Governo Estadual, e mesmo as grandes empresas e prefeituras municipais, estão revendo seus projetos. Os projetos do governo federal (Aeroporto e Brs ainda não decolaram).

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Saiba mais sobre mármore

Extraído do Portal Marble

Autor: Luiz Zampirolli - Data de publicação: 04.12.2008 09:22
Destacamos que o mármore sempre acompanhou a história da humanidade com sua imponência, nobreza e presença marcante, tanto nas obras das civilizações antigas, como a dos egípcios, gregos, romanos e ainda com maior intensidade nas edificações do homem atual.
São as Rochas Ornamentais sempre presentes e contribuindo com o enriquecimento e a continuação da história.
No mundo atual, presenciamos através das construções modernas, edifícios e obras residenciais, que o ser humano continua a ter a oportunidade de usufruir e se beneficiar dessas mesmas rochas proporcionadas pela natureza, porém com muito mais requinte, sofisticação, inteligência e racionalidade.
Comparando com as civilizações antigas, o homem de hoje tem o privilégio de desfrutar dos mesmos valores das rochas utilizadas pelos nossos antepassados, contudo, deve ter a consciência de que usufruindo desses materiais, que são finitos, deve sempre ter a «consciência da reciprocidade», ou seja, retribuir pelo benefício que recebe da natureza com a preservação e o equilíbrio racional do meio-ambiente.
Hoje temos os inúmeros e avançados recursos tecnológicos, que não só resultam na otimização do melhor aproveitamento das rochas, através de moderna maquinaria, como também os novos conceitos introduzidos pelo Design, o ACV (análise do ciclo de vida – de produtos) e tantos outros estudos científicos que tornam as Rochas Ornamentais como sendo aquele objeto de desejo cada vez mais presente no nosso mundo habitacional.
Portanto, o mármore é aquela rocha ornamental da mais alta expressão, testemunhado por muitos anos através da história, que por meio de estudos e a inteligência criativa, o homem acrescenta sempre novos valores e conceitos, de tal forma que esse produto da natureza, desperta cada vez mais novos desejos e valorização de novos estilos de viver.
Luiz Zampirolli
Administrador - trabalha na área de exportação da SULCAMAR
Mestrando – pedagogia – Università degli Studi di Torino
irozampi@hotmail.com