quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O futuro do presente

Extraído do site da Revista Inforochas

A presente crise financeira mundial, que teve sua origem no setor imobiliário americano, nos remete a reflexões. As empresas de comércio exterior acabam sendo as maiores vítimas e aí se incluem as de rochas ornamentais.
Historicamente, as exportações brasileiras de rochas têm uma concentração significativa nos EUA.
Nos campos interno e externo, para se contrapor à crise, medidas preventivas e imediatas estão sendo tomadas, com o objetivo de restaurar a liquidez do sistema financeiro, tão necessária para movimentar as respectivas economias.
No caso do Brasil, entre outras decisões tomadas pelo Governo brasileiro, o destaque é para a maior flexibilidade no recolhimento, pelos agentes financeiros, dos compulsórios à vista e a prazo; para o apoio às construtoras, quando disponibilizou em dois dias R$ 20 bilhões, manutenção das condições de financiamento do setor imobiliário; e para freqüentes leilões feitos pelo Banco Central aumentando a oferta de dólares.
Deve-se ressaltar que algumas das medidas anteriormente citadas têm rebatimento direto no setor de rochas, como as ligadas à atividade da construção civil, ao mesmo tempo em que os leilões têm o objetivo de conferir ao câmbio uma cotação que traduza uma máxima aproximação do ponto de equilíbrio, que atenda aos interesses de exportadores e importadores.
Em nível internacional, todos os Bancos Centrais, capitaneados pelos da Comunidade Européia e dos EUA, injetaram bilhões de dólares na economia, via instituições bancárias, numa ação até certo ponto estatizante, evitando assim um desastre de proporções indesejadas.
No entanto, se referidas medidas tomadas, tanto lá quanto aqui, são adequadas e suficientes, só o tempo será capaz de responder.
Não se pode descartar a possibilidade concreta de continuar havendo fortes restrições ao crédito, reduzindo a demanda dos importadores dos produtos de rochas ornamentais, por exemplo.
Internamente, menos mal, pois, quando de alguns leilões de dólares do Banco Central, essa entidade atrelou o mesmo à obrigação dos bancos participantes de aplicar o montante leiloado em operações de financiamento à exportação. Não se sabe ainda se o montante aí destinado será suficiente para atender a nossa demanda, o que até o momento não se fez sentir.
Independente dos cenários que possam vir a ser projetados, exercício muito comum dos economistas nessas ocasiões, a verdade é que as empresas de rochas ornamentais devem refletir sobre algumas questões cruciais, tais como:
- Reavaliação dos mercados atuais, quanto à sua distribuição;
- Não ceder às pressões dos importadores para reduzir preços, conforme notícias mais recentes, evitando erros de passado recente;
- Otimização do gerenciamento do capital de giro;
- Política de crédito praticada;
- Aumento de produtividade e redução de custos;
- Rever planos de investimentos já definidos para o médio prazo.
Paralelamente, é fundamental que o setor passe a pensar e agir de forma institucional, com a participação conjunta de todas as suas entidades representativas, visando a adoção de medidas, de natureza diversa, que venham ao encontro de seus interesses.
Outro ponto que não deve ser esquecido é o apoio à construção, no litoral capixaba, do Porto de Águas Profundas, discussão essa já em andamento.
Com tantas variáveis presentes que conduzem, neste momento, a economia mundial a incertezas, o recomendável é acima de tudo buscar alternativas e, principalmente, o fortalecimento institucional do setor através de uma maior participação de todos.
Adilson Borges Vieira
Presidente do Centrorochas

Hora de arrumar a casa

Extraído do site da Revista Inforochas

Após experimentar um período de franca expansão nos últimos cinco anos, a indústria capixaba começa a sentir os efeitos da crise americana e se prepara para um período de “arrumação da casa” em 2009. É o que informou o presidente da Federação das Indústrias Capixabas (Findes), Lucas Izoton, durante o tradicional anúncio do balanço anual da Indústria Capixaba para jornalistas. Este ano, o evento foi realizado no dia 9 de dezembro, no MS Buffet, em Vitória.
Até o mês de setembro, o setor industrial capixaba apresentou crescimento de 12,9%, muito acima da previsão, e deve chegar aos 10% até o final de 2008. Já o faturamento acumulado do setor foi de 12,5% e o da produção acumulada foi de 12,9%. No entanto, em outubro houve queda de 2,7% na produção industrial, marcando o início da crise no Estado.
Outro exemplo apontado por Izoton foi a queda registrada sobre a venda de produtos capixabas para o exterior, que vem caindo 37,5%, em média, desde setembro, quando a crise eclodiu. Antes, em média, eram exportados US$ 800 milhões mensais.
Ele também afirmou que o setor de rochas ornamentais foi um dos mais prejudicados pelo desaquecimento do mercado internacional, além dos de minério de ferro, aço, celulose e café. A perspectiva é que as exportações de mármore e granito, que no ano passado ultrapassaram os US$ 720 milhões, cheguem apenas a US$ 600 milhões em 2008.
“Para o ano que vem, projetamos um primeiro um trimestre fraco em importação e exportação, pois será a hora que em que todo mundo estará adequando seus estoques”, disse, sem tom de alarmismo.
Contudo, o presidente da Findes manifestou que os tempos de crise também são uma ótima oportunidade para avaliar os negócios e arrumar a casa. Segundo ele, é como se o mundo estivesse recomeçando. “No cenário de curto prazo, todos estão reduzindo os seus estoques de material acabado, insumos, entre outros. A crise vai ser do tamanho da criatividade de cada empresa e como passar por ela, vai depender da competência das equipes”, ressaltou.
“Qualquer previsão para 2009 é leviana, por causa do câmbio e também outras variáveis, como o consumo. Porém, gráficos mundiais apontam que as empresas sempre saem muito fortalecidas de uma crise”, completou.
Setor de rochas
Lucas Izoton frisou que a Findes está apoiando o setor de rochas, principalmente no sentido de se encontrar novos mercados, como por exemplo, o árabe. “Uma das idéias que começam a ser desenvolvidas é inserir as rochas capixabas no showroom da Apex em Dubai, nos Emirados Árabes. Estamos pensando em revestir as paredes do espaço com pedras daqui do Estado e, para isso, devemos levar cerca de 50 placas de 2 metros”, adiantou.

Presidente do Cetemag realiza palestra para estudantes do setor

Extraído do site da Revista Inforochas

Alunos dos cursos de Mineração e de Rochas Ornamentais do Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo (Cefetes), em Cachoeiro de Itapemirim, tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre as rochas e suas aplicações na palestra “Processo e Utilização de Rochas”, realizada no auditório da instituição, no dia 23 de outubro.
Ministrada pelo presidente do Cetemag, Emic Malacarne Costa, a palestra mostrou os principais problemas enfrentados nos processos de extração e beneficiamento de rochas, assim como os problemas quanto ao seu comércio e aplicação. Durante a apresentação, os alunos aprenderam um pouco sobre todo o processo produtivo, desde a escolha da pedreira, desdobramento da lavra, logística, serrada, processo de polimento, tratamento, utilização e aplicação.
Emic frisou a importância do corte paginado bem feito, a aplicação das rochas com a combinação das cores e paginação utilizando os movimentos das pedras, assim como sua manutenção antes, durante e após a obra.
“Nossas rochas muitas vezes não são valorizadas em sua plenitude porque precisam ser bem trabalhadas. Como, muitas vezes, os profissionais não sabem utilizá-las, elas não são requisitadas como deveriam”, explica o presidente do Cetemag.
Emic falou também sobre os conhecimentos básicos do processo, com uma visão que todo profissional do setor deve ter, incluindo o da área de vendas. “É muito importante esse contato com os alunos, assim garantimos o ingresso no mercado de profissionais qualificados e com a visão de todo o processo de rochas”, explica.
O aluno do primeiro ano do curso de Mineração, Matheus da Silva Ramos, concorda. “Gostei muito da palestra. Sei o quanto é importante entendermos esse processo. Para nos tornarmos profissionais, é necessário termos contato com pessoas que têm essa visão completa da cadeia de rochas e que queiram dividir com a gente. Assim, fica mais fácil aprender”, disse.
O saldo da palestra foi positivo para o presidente do Cetemag. “Sempre é válido trabalhar com os futuros profissionais do setor. Precisamos despertar neles a vontade de se aprofundar no arranjo e, assim, conseguirmos mais profissionais que se dediquem a pesquisar informações de análise química, física e petrográficas. A falta desses conhecimentos atrapalha a divulgação da rocha. São necessárias análises interpretadas por profissionais que saberão detectar qual a forma de utilizar a rocha, sua usabilidade e aplicação”, finaliza.
Com duração de uma hora e vinte minutos, a palestra reuniu no auditório da Cefetes mais de 100 alunos, além do diretor Aloísio Carnielli e o superintendente do Cetemag, Herman Krüger, da supervisora administrativa, Andrea Lima, e a gestora Financeira e de Projetos da entidade, Jackeline Gaigher.
O superintendente do Cetemag explica que a palestra faz parte de um plano de ação da entidade para o desenvolvimento do setor. “Essa é apenas mais uma das inúmeras ações que o Cetemag fez este ano na área de qualificação profissional. Para o próximo ano, mais palestras e ações estão agendadas”, afirma.
Curso de Segurança e Movimentação de Cargas
Dentro do processo de qualificação profissional do Cetemag, em outubro a entidade deu início ao curso inédito de Segurança e Movimentação de Cargas.
Com 40 horas de duração, a primeira turma se formou em 29 de outubro. Ao todo, 50 alunos aprenderam como trabalhar dentro da NR11, Norma Regulamentar que torna obrigatória a capacitação dos funcionários quanto às atividades de armazenamento e transporte de chapas.
De acordo com a coordenadora de Cursos do Cetemag, Cristiane Bittencourt, a demanda para mais turmas é grande, uma vez que, até junho do próximo ano, todas as empresas têm que estar legalizadas. Para novembro, mais dois cursos estão agendados.