Abaixo, matéria extraída do site Folha Vitória
Publicado às 21:32 - 11 jun 2013 - Postado por Folha Vitória
Criadas no início do século XIX, na Inglaterra, as ferrovias foram o vetor do desenvolvimento das principais nações do planeta. No Brasil, seu desenvolvimento não foi tão acentuado e elas logo perderam espaço para as rodovias, mas alguns exemplos mostram que este modal, inventado há 200 anos, ainda é um dos mais eficientes. E uma das ferrovias mais importantes do país passa pelo Espírito Santo: a estrada de ferro Vitória-Minas. Administrada pela Vale, a Vitória-Minas é considerada a ferrovia mais produtiva do Brasil e uma das mais modernas do mundo. De cada dez toneladas de produtos transportados por via ferroviária no Brasil, quatro passam pelo Estado. São pelo menos 60 tipos de mercadorias, incluindo grãos e carvão. Mas o principal produto é o minério de ferro. Só em 2012, 119 milhões de toneladas de minério viajaram nas composições da Vitória-Minas.
A estrada de ferro Vitória-Minas completou 119 anos de existência em 2013. A ferrovia responde por 100% do minério processado e exportado pela Vale em Tubarão. No ano passado, 144 milhões de toneladas de produtos passaram pelos 905 quilômetros de trilhos. Boa parte da competitividade do minério de ferro brasileiro no mercado internacional depende da eficiência desse transporte.
“As nossas ferrovias são de classe mundial e têm níveis de segurança, produtividade e custo muito bons. Os nossos portos também vêm sofrendo uma série de investimentos e melhorias em produtividade e capacidade para nos colocar em uma posição mais vantajosa. O nosso braço de navegação também proporciona um controle desse custo na cadeia do frete transoceânico, que também impacta muito no nosso preço de chegada no cliente asiático”, comentou o diretor de Planejamento e Desenvolvimento da Vale, Fábio Brasileiro.
Um dos municípios cortados pela ferrovia, a Serra, tem planos de criar mais três pólos industriais ao longo da Rodovia do Contorno. Para o prefeito Audifax Barcellos, o novo complexo industrial depende de uma perfeita integração logística. Por isso, além das rodovias e do acesso ao porto, o prefeito quer que o novo distrito industrial seja integrado e conectado à ferrovia. “Eu tenho certeza que isso vai alavancar e trazer o desenvolvimento para essa região, principalmente com esses dois pólos que estamos desenvolvendo”, argumentou.
A estrada de ferro Vitória-Minas é a única no Brasil a operar trens de passageiros com viagens diárias e de longas distâncias. Por ano, cerca de 1,5 milhão de pessoas utilizam o transporte. A viagem começa na Estação Pedro Nolasco, em Cariacica, mais um município que quer fazer da integração logística uma grande vantagem competitiva. Além da ferrovia, a cidade é cortada por duas rodovias federais. Além de estar integrada ao Contorno de Vitória, a cidade aposta na expansão da malha rodoviária estadual para oferecer um acesso rápido aos portos. Pensando nisso, o prefeito Juninho prepara o lançamento de um pacote de incentivos e mudanças no plano diretor municipal para a implantação de condomínios industriais e logísticos. “Se nós conseguirmos fazer com que o empresário entenda que o papel da prefeitura é dar infraestrutura, ele vai investir em Cariacica já sabendo, inclusive, quais são os locais mais apropriados”, disse ainda.
O Espírito Santo também conta com a ferrovia Centro-Atlântica, a FCA. Ela é o principal eixo de conexão ferroviária entre as regiões nordeste, sudeste e centro-oeste do país. Mas ainda faltam conexões nessa rede. “O Governo do Estado tem interagido com o Governo Federal para a construção e implantação de duas linhas férreas muito importantes para o desenvolvimento nacional: a estrada de ferro 354, que liga o Centro-Oeste do País e desemboca no Norte do Rio de Janeiro ou no Sul do Espírito Santo. Essa ferrovia entrocaria no litoral com a estrada de ferro 118, que deve ligar o Rio de Janeiro à Vitória”, afirmou o secretário Estadual de Desenvolvimento, Nery Rossi.
Os empresários do setor de rochas ornamentais já sonham com a criação de uma estrada de ferro que permita conectar Cachoeiro aos portos de Vitória e do Rio de Janeiro. “A alternativa hoje seria o porto de Presidente Kennedy, que nós chamamos de Porto Central, e o Porto Seco, em Cachoeiro. O ideal é viabilizar isso via ferrovia”, acrescentou o presidente do Sindirochas, Samuel Mendonça.
http://www.folhavitoria.com.br/economia/blogs/logistica-e-a-solucao/2013/06/11/ferrovias-sao-essenciais-para-o-crescimento-economico-do-espirito-santo/
