segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Momento é de cautela para os exportadores

Extraído do site do Centrorochas
Ao chegar a Dubai, a crise financeira mundial mostra que nenhuma região do mundo está blindada contra seus efeitos

Expoente do setor da construção civil de alto luxo no Oriente Médio, Dubai entrou recentemente na onda da crise financeira mundial. Isto demonstra que nenhuma região do mundo está totalmente blindada contra os seus efeitos negativos e que é preciso ter muita cautela por parte dos exportadores.
Portanto, a indicação para os empresários do setor de rochas é consolidar relações com os clientes já conquistados e ter muita cautela, com a adoção de medidas para assegurar a estabilidade financeira na busca de novos mercados. É o que afirma o economista e especialista em Comércio Exterior, Romulo Del Carpio, professor da M.Murad/ FGV. “Abandonar os clientes agora seria uma fatalidade para o futuro, pois os concorrentes iriam tomar esse mercado”, orienta.
O professor explica que a crise chegou a Dubai principalmente pelo fato de os preços do petróleo no mercado mundial não se reajustarem conforme o esperado. “Embora os Emirados Árabes não sejam um dos grandes produtores de petróleo, a comercialização e as divisas entram por esta região”, menciona.
Ele alerta que, embora a ansiedade comercial de entrar num mercado novo seja forte para o exportador brasileiro, o importante é fazer negócios com segurança comercial e financeira, utilizando, quando for possível, o Pagamento Antecipado ou, de modo geral, a carta de crédito, principalmente quando se trata de mármore e granito.
Del Carpio ainda comenta que a recuperação econômica global dependerá muito de como os Estados Unidos e países europeus se comportarem a partir de agora. “Mesmo com o Brasil em aparente tranquilidade, todos os países devem ficar atentos às suas políticas econômicas, pois a crise não foi debelada ainda”, afirma.
O economista também lembra que toda crise mundial tem sempre a segunda onda, chamada pelos americanos de “efeito W”. “Isto significa que, após uma leve recuperação econômica, pode advir uma segunda onda de crise. Este fenômeno é esperado para 2010. Assim, podemos prever que o próximo ano ainda será de recuperação econômica para os países afetados”.
E como o Brasil atravessa um panorama levemente tranquilo, com o real valorizado em relação ao dólar e ao euro, é esperado que, no ano que vem, o País mantenha sua atual política econômica, porém sem perder a perspectiva dos efeitos da chamada segunda onda. Para os exportadores, embora a taxa cambial valorizada não ajude na rentabilidade das vendas externas, Del Carpio reforça a importância de os empresários manterem este mercado, embora 2010 ainda não seja de total recuperação.
“As empresas devem aproveitar este momento de real valorizado para importados maquinas e equipamentos e dar o salto tecnológico com a finalidade de obter a lucratividade no processo produtivo e não apostar na desvalorização cambial”, conclui.