sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Economia capixaba sai da recessão, mostra instituto

Extraído do site Gazeta Online
28/08/2009 - 00h00 (Outros - Outros)

Dados divulgados ontem, pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), mostram que o Espírito Santo já não está mais em recessão. Isso não quer dizer que, em 2009, a economia capixaba vai crescer, mas significa que o Estado já deixou o crescimento negativo para trás.
"Estamos nos recuperando de forma contundente que o resto do Brasil. Os sinais, locais, nacionais e internacionais, são positivos e eles devem impulsionar o Espírito Santo nos próximos meses. O PIB anualizado de 2009 deve ser negativo, afinal as quedas registradas nos primeiros meses do ano foram fortes, mas as perspectivas futuras são boas", disse a presidente do IJSN, Ana Paula Vescovi.
Vários indicadores sustentam essa certeza de uma retomada, um deles são as exportações, que depois de seis meses de forte queda, voltaram a crescer no último trimestre, 12% em relação ao primeiro trimestre de 2009. Nesse período, a China tomou o lugar dos Estados Unidos como país que mais compra produtos do Espírito Santo. Os chineses compraram US$ 335,56 milhões no último trimestre, contra US$ 186,89 milhões dos norte-americanos.
Ana Paula Vescovi chamou atenção para a retomada do setor de rochas ornamentais, que no último trimestre exportou US$ 118 milhões, patamar que se aproxima do pré-crise. "Ao lado do mamão, o setor de rochas foi o que teve a melhor recuperação do Estado".
Para se ter uma ideia de como outros setores ainda estão longe de atingirem os patamares de antes da crise, no terceiro trimestre de 2008, o Estado vendeu US$ 1,59 bi em minério de ferro. No último trimestre, foram US$ 506 milhões.
Outro ponto animador é a retomada da produção industrial, fator que possui forte influência nas mudanças do PIB. No quarto trimestre de 2008, a queda da produção capixaba foi de 20,6%. No primeiro trimestre de 2009, outro tombo: -12,8%. No último trimestre, a indústria capixaba voltou a mostrar sinais de vida, e a produção cresceu 6,5%. A capacidade instalada da indústria local está em 77%. (Abdo Filho)

Eternamente mármore

Exraído do site Gazeta Oline
28/08/2009 - 00h00 (Outros - Outros)
Rubens Puppin


Todos admiram a beleza e a qualidade do mármore, uma rocha carbonática, originada do metamorfismo do calcário, quando exposto a altas temperaturas e pressão. Suas maiores jazidas estão distribuídas no Brasil, Itália, Grécia, França, Espanha, Argélia, Portugal, Alemanha, Turquia, Israel, Egito, Noruega, Estados Unidos, México, Uruguai, podendo ocorrer nas cores branca, preta, marrom, amarela, azulada, vermelha, cinza, rosa, encarnada e verde, dentre outras.
De acordo com sua origem, os mármores são classificados em três grupos principais: calcário recristalizado por metamorfismo; calcário tipo travertino, formado por precipitação química, e serpentinito, que geralmente é pobre em carbonato de cálcio, mas passível de adquirir um ótimo polimento.
Registros históricos dão conta de que a cal, há mais de oito mil anos, servia como argamassa no rejunte de blocos de mármores em bruto ou de arenito, utilizados na construção de muros, para a proteção de cidades, castelos, palácios, pirâmides etc. Posteriormente, em torno de 4.500 anos passados, o mármore passou a ser polido, constituindo-se na matéria-prima mais nobre, como o é até hoje, no acabamento e ornamento de interiores como pisos, paredes, colunas, escadarias e, ainda, em obras de arte - artes sacras, templos, túmulos, monumentos etc. - em países da Europa, Ásia, África, Oriente Médio.
Os escultores, mesmo os anônimos da Idade da Pedra, já trabalhavam o mármore. Exemplo disso é a estatueta Vênus de Willendorf, esculpida em calcário oolítico, há mais de 20 mil anos. Na Idade Antiga, persas, gregos, romanos e egípcios empregavam enormemente os mármores em estátuas, bustos de deuses, heróis. No Renascimento, Michelangelo abusou dos mármores nas suas magníficas obras como Davi, Moisés, La Pietá , Baco e muitas outras que atraem artistas, escultores, turistas, estudantes e curiosos às cidades do Velho Mundo, em especial à Itália.
No Brasil, os principais produtores de mármore são o Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
No Espírito Santo, as jazidas de mármore ocorrem exclusivamente nos municípios de Cachoeiro, Vargem Alta e Castelo, e pertencem ao grupo dos calcários recristalizados por um metamorfismo, que ocorreu entre o final Pré-Cambriano e o início da Era Paleozóica, entre 450 e 700 milhões de anos, quando a vida no planeta estava iniciando no ambiente aquático.
As jazidas de mármore de Cachoeiro e Vargem Alta, na maioria das vezes, estão interdigitadas com calcário, calcita e dolomita, por isso, outrora, muitas eram utilizadas apenas na produção de pó.
Um aspecto que merece especial destaque é o fato de o mármore gerar resíduos totalmente aproveitáveis, como componentes nas indústrias de fertilizantes, corretivos da acidez do solo, tintas, cerâmicas, cimentos, tijolos, e em diversas outras atividades. Lavoisier estava certo quando decretou que " na natureza nada se cria , nada se perde , tudo se transforma ".

Rubens Puppin é assessor ambiental do Sindirochas.