sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Resíduos de rochas ornamentais servem para produzir vidro ecológico

Extraído do site do Jornal Diário de Petrópolis

Eles são quase imperceptíveis aos olhos, mas altamente agressivos à natureza e à saúde. Os resíduos provenientes das serrarias de rochas ornamentais criam um problema ambiental no país, principalmente no estado do Espírito Santo, responsável pela metade da produção do setor. Pesquisadores estimam que três mil toneladas de efluentes sejam lançados diariamente no meio ambiente.

- Na quase totalidade dos casos, são lançados diretamente no solo, sem nenhum tratamento ou previsão de reutilização. Esses resíduos, no entanto, podem servir como matéria-prima – diz a física Michelle Babisk, do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Durante seu mestrado no Instituto Militar de Engenharia (IME), quando foi bolsista Nota 10, da FAPERJ, ela deu início ao projeto de transformar esses resíduos em vidros ecológicos. Trabalho a que tem dado continuidade até hoje.

- Uma propriedade interessante do vidro ecológico é a capacidade de bloquear a passagem da radiação infravermelha. Dessa forma, se usado como embalagem, oferece maior proteção aos alimentos. Usado em janelas, pode atuar no ambiente como reduto de calor. Tem as mesmas características do vidro comum – descreve a física.

Natural de Cachoeiro de Itapemirim/ES, Michelle Babisk viu de perto o problema.

- Vi a capacidade poluidora desses resíduos, que eram despejados num curso d´água próximo à chácara da minha família. Além de provocar a mortandade dos peixes, prejudicava a população ribeirinha, que depende exclusivamente dessa água para beber, cozinhar e tomar banho. Trata-se de um pó fino, capaz de desencadear doenças, como a silicose, em pessoas e animais – contou.

No IME, Michelle tomou conhecimento das pesquisas de aproveitamento de resíduos de rochas e se interessou. Foi assim que, junto a uma equipe do instituto, ela conseguiu desenvolver o vidro ecológico.

De acordo com a física, os resíduos são utilizados in natura e, em decorrência do processo produtivo, os vidros adquirem coloração verde. Isso acontece devido à oxidação do ferro presente na granalha, eliminada junto com a lama, utilizada para facilitar a serragem das rochas. Para o meio ambiente, a vantagem do vidro ecológico é que, diferente do vidro comum, sua produção exige menor volume de extração de areia, pois sua composição leva apenas até 30% deste material.

- A extração de areia pode causar mais de 35 formas de impacto negativo ao meio ambiente. O assoreamento dos rios é apenas um deles. Além disso, conseguimos dar uma destinação aos resíduos, minimizando o impacto ambiental – diz a física.

Segundo Michelle, já existem indústrias interessadas na fabricação do vidro ecológico.

- Acredito que ainda há alguns estudos e análises a serem realizadas antes da comercialização efetiva do produto – explica.

O vidro produzido até agora é do tipo sodo-cálcico, o que quer dizer que contém em sua composição óxidos de sódio e cálcio. Com orientação do engenheiro de Minas, Francisco Hollanda, Michelle agora vai testar o desenvolvimento desses vidros a partir de resíduos de outros tipos de rochas, como quartzito, que dispnesa a utilização de areia na fabricação, e basalto.

Ela também estuda a possibilidade de produzir vidro transparente, tanto pela questão estética quanto pela maior viabilidade de entrada do produto no mercado.

http://www.diariodepetropolis.com.br/2009/10/23/residuos-de-rochas-ornamentais-servem-para-produzir-vidro-ecologico/

Transporte de Rochas - Comissão realiza testes para transporte de enteras em caçambas

Extraído do site da Revista Inforochas.

A proposta ainda será encaminhada parra a Câmara Temática de Rochas Ornamentais para apreciação

Motivo de dúvidas entre os empresários do setor, o transporte dos blocos menores de rochas, as chamadas enteras, poderá passara ser feito em caminhões tipo caçamba. É o que defende a comissão técnica formada pelo Sindirochas, Centrorochas, Detran, empresas de transporte, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Conselho Estadual de Trânsito (Cetran-ES), que irá encaminhar a proposta para apreciação da Câmara Temática de Rochas Ornamentais para a sua possível regulamentação pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

"Segundo a Resolução 264, o bloco de rocha ornamental é considerado carga indivisível e, por isso, seu transporte deve obedecer à proporção de uma unidade para cada carregamento. Essa decisão gerou muitos questionamentos quanto ao que fazer com as enteras que, por terem dimensões menores que as travas fi xas exigidas pela norma, não podem ser amarradas ao carro transportador", explica a superintendente do Centrorochas e membro da comissão, Olívia Tirello.

Além disso, elas podem ser transportadas em maior quantidade sem deixar de obedecer ao limite de peso estabelecido pelo Contran. “Analisando esses fatores, o grupo chegou à conclusão de que as enteras podem ser transportadas em caçambas de forma segura, sendo necessário fazer apenas o travamento dos blocos com madeira”, explica.

Para legitimar a proposta, a comissão realizou um teste no dia 2 de setembro, com o objetivo de confi rmar o comportamento das enteras quando transportadas em fundo de caçambas. Participaram, além da superintendente do Centrorochas, o presidente do Cetran/ES, Marcelo Ferraz Goggi, o engenheiro consultor do Sindirochas, Wilmar Barros Barbosa, e o assessor institucional do Sindirochas em Vitória, Gilson Tassinari.

Os resultados obtidos no teste foram bastante satisfatórios, com apenas um deslocamento das enteras para frente após uma freada brusca ocasionada por condições adversas no tráfego. Porém, foram mantidas as distâncias laterais e transversais, comprovando a segurança desta modalidade de transporte.

Adamag inaugura central para tratamento de resíduos

Extraído do site da Revista Inforochas

O local, licenciado pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA), já está recebendo subprodutos do beneficiamento de mármore e granito

Resíduos resultantes da extração de mármore e granito já têm um espaço para correta destinação evitando danos ao meio ambiente. Desde agosto deste ano, está em operação, em Cachoeiro de Itapemirim, a Central de Tratamento de Resíduos da Associação de Desenvolvimento Ambiental do Mármore e Granito (Adamag).

Apesar da Central já estar em funcionamento, a inauguração oficial da sede da entidade está marcada para o dia 6 de novembro. O presidente da Adamag, Eduardo Petersen Guidi, explicou que, ao longo de três anos, a associação lutou pelo desenvolvimento sustentável do setor de rochas ornamentais, o que resultou na conclusão das obras da Central de Resíduos, exigências dos órgãos ambientais para Licença de Operação (LO) das indústrias.

“A Adamag está dando um passo muito grande, levando o empresariado a ter uma visão ambiental mais ampla; a de que é possível promover a sustentabilidade e se enquadrar às normas ambientais vigentes”, analisou Guidi.

Para Guidi, o funcionamento da Central de Tratamento de Resíduos resolve os problemas de muitas empresas da região, que se encontram com os parques industriais sobrecarregados de resíduos, também conhecidos como subprodutos.

“Não tiramos a responsabilidade das empresas, a Adamag simplesmente ajuda a gerenciar a parte ambiental dos associados". A entidade foi licenciada pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) para receber subprodutos de empresas beneficiadoras, em 28 de abril de 2009 e, desde então, iniciou os trabalhos de construção da Central de Resíduos.

REFLORESTAMENTO

Em parceria com a Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, a Santa Casa de Misericórdia e produtores rurais da região, a Adamag conseguiu ainda o equivalente a 103 mil metros quadrados de terra para reflorestamento. A medida foi adotada para cumprir o compromisso firmado com o Ministério Público Estadual para “saldar” a dívida de décadas com o meio ambiente, tempo em que os resíduos não foram corretamente tratados. Segundo Guidi, 95% do Termo de Ajuste de Conduta, firmado em novembro de 2007, já foram cumpridos, finalizando sua totalidade até novembro deste ano.

Saiba mais

A lama abrasiva resultante do processo de industrialização do mármore e granito tem alta concentração de cal e ferro, que, em contato com o lençol freático, pode trazer danos à saúde da população. Na Central de Tratamento de Resíduos da Adamag, o material é acondicionado em locais especialmente preparados que impedem a infiltração das substâncias para o solo.

A Central atende a 72 empresas e tem capacidade de funcionamento estimada para 14 anos. Criada em Junho de 2006, com o intuito de conscientizar as empresas do setor de rochas ornamentais quanto às suas responsabilidades para com o Meio Ambiente, a Adamag tem como objetivo encontrar soluções coletivas para o tratamento dos resíduos e subprodutos gerados nos processos produtivos das respectivas empresas situadas em Soturno e Gironda, em Cachoeiro de Itapemirim.

Para isso, foi construída a Central de Tratamento de Resíduos, implantada numa área de 145 mil metros quadrados de terra na região da Fazenda Monte Líbano.