quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Cachoeiro Stone Fair

Extraído do site da Revista Inforochas

A crise no mercado imobiliário dos Estados Unidos e a baixa do dólar estão levando empresários do setor de rochas ornamentais a buscar o mercado interno, favorecido pelo boom da construção civil.
No primeiro semestre de 2008, dados do Sindicon apontam que o número de imóveis em construção na Grande Vitória cresceu 20%. Foram 23 mil imóveis em construção - sem dúvida, uma ótima oportunidade para o setor.
Num contexto em que o mercado interno atrai novos olhares, a Cachoeiro Stone Fair surge como oportunidade para bons negócios. Marcada pela exposição de máquinas, equipamentos e insumos, a feira está trazendo um número maior de expositores de pedras e também terá oficinas e visitas dedicadas a profissionais do ramo da construção civil.
Produção
A produção do APL de rochas ornamentais capixaba responde hoje por cerca de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. São cerca de 1,3 mil empresas que contribuem para a geração de emprego e renda em todo o Espírito Santo, promovendo de maneira descentralizada o desenvolvimento econômico e social. Só nos últimos dois anos os investimentos da cadeia produtiva de rochas (extração, beneficiamento, máquinas, equipamentos, insumos, infra-estrutura, etc) do Estado atingiram a casa de R$ 1 bilhão.
Com uma variedade de cerca de 200 tipos de rochas ornamentais, com cores, tons e padrões de desenhos e elementos os mais variados, dentre eles os identificados como exóticos, o Espírito Santo atrai a atenção e o interesse de compradores de todo o mundo e responde por cerca de 65% das exportações de rochas brasileiras e mais de 84% das exportações nacionais de manufaturados de mármores e granitos (chapas e revestimentos).
Mármore
No Espírito Santo, a extração do primeiro bloco de mármore aconteceu há 50 anos. Mais precisamente no dia 7 de abril de 1957, na localidade de Prosperidade, município de Vargem Alta - na época pertencente à Cachoeiro de Itapemirim.
A pedra foi extraída na fazenda do produtor rural Horácio Scaramussa, filho de imigrantes italianos, depois que seu sobrinho Oge Dias de Oliveira, ao ver as montanhas do mineral, resolveu levar amostras para análise no Rio de Janeiro e encontrou mercado junto a marmorarias daquele Estado.
Desde então, o Espírito Santo é visto como um grande produtor e exportador de mármore. É possível encontrar mármores nas cores rosa, branco, verde, pinta verde, chocorosa (mistura de chocolate com rosa), marrom e o branco absoluto, que é a variedade com a cor branca mais pura que existe. O Espírito Santo responde por 75% da produção de mármores do país.
A reserva de mármore do Espírito Santo possui 40 quilômetros de extensão por oito de largura e está localizada entre Cachoeiro de Itapemirim, Vargem Alta e Castelo. Ela produz cerca de 6 mil metros cúbicos por mês de rochas para ornamentação e 300 mil toneladas de pó.
Existem dez empresas especializadas em beneficiamento de mármore, pelo menos 30 moageiras (que trituram os rejeitos da pedra) e 48 pedreiras de mármore ativas. As rochas de mármore são usadas na construção civil, indústria funerária e ornamentação. Já o pó é usado na produção de tintas, cosméticos, creme dental, medicamentos e, na siderurgia, é usado para dar liga ao aço.
Granito
A consolidação do setor de rochas ornamentais capixaba é um processo que nasceu a partir das mudanças no mercado mundial nos últimos 20 anos, que passou a buscar no granito uma alternativa ao mármore, que apesar de grande aplicação, possui algumas limitações de uso. Isso permitiu ao Estado expandir a extração de rochas para a Região Norte, onde há maior quantidade de granitos, em cores e tons os mais variados, incluindo os exóticos, com grande procura no mercado internacional.
Cerca de 70% de todo o granito capixaba exportado vem da Região Noroeste, que engloba municípios como Barra de São Francisco, Ecoporanga, Água Doce do Norte, Baixo Guandu, Pancas, Vila Pavão e Nova Venécia. Os municípios de Barra de São Francisco e Ecoporanga destacam-se pelos granitos verdes e amarelos, pedras de alto valor no mercado.
Já 100% do mármore capixaba é extraído na Região Sul. A cidade de Cachoeiro de Itapemirim, junto com mais 14 municípios que compõem o Arranjo Produtivo Local (APL) do setor no Sul do Estado, destaca-se como maior pólo de beneficiamento de rochas das Américas.
Máquinas
A fabricação de máquinas, equipamentos e insumos para o arranjo produtivo de rochas também é forte no Espírito Santo. De acordo com a Associação dos Fabricantes de Máquinas e Equipamentos para o Setor de Rochas Ornamentais (MaqRochas), o Estado concentra cerca de 70% da produção nacional de máquinas, equipamentos, peças e insumos.
O impulso para a fabricação de máquinas começou no final dos anos 60, quando a necessidade de transformar matéria-prima bruta em rochas ornamentais de elevado valor comercial fizeram surgir as primeiras fábricas capixabas.
A iniciativa foi determinante para o desenvolvimento do APL e do setor como um todo. Hoje, o Estado tornou-se o maior pólo fabricante de máquinas, equipamentos e insumos do país e a Maqrochas estima que haja 50 indústrias voltadas para essa área do segmento.
Toda essa força do setor é responsável por gerar cerca de 130 mil empregos (diretos e indiretos), distribuídos por fábricas de máquinas, indústrias de beneficiamento, serrarias, marmorarias e mineradoras do Espírito Santo.
Exportação
O Estado é o maior exportador brasileiro de rochas ornamentais e respondeu por cerca de 65% das exportações do país em 2007. Foram US$ 726 milhões de vendas para o exterior, em 2007, contra US$ 679,9 milhões em 2006.
Do total de 1 milhão e meio de toneladas de blocos e chapas exportadas em 2007 pelo Espírito Santo, a China e a Itália compraram cerca de 700 mil toneladas de blocos, enquanto os EUA consumiram mais de 80% das 700 mil toneladas de chapas, seguida do mercado canadense.
Até dezembro de 2007, o Espírito Santo representou 66,4% (mais de US$ 726 milhões) do volume total de Rochas Ornamentais exportadas pelo Brasil (U$ 1.093 bilhão) e mais de 84% (US$ 618 milhões) das exportações nacionais de manufaturados de mármores e granitos (U$ 730 milhões).
Cerca de 70% da produção do Estado teve como destino o mercado norte-americano, país no qual o Brasil detém 12% de participação no mercado.
Este ano, no entanto, a crise no mercado imobiliário norte-americano e as sucessivas quedas do dólar fizeram as exportações caírem, tendência que deve se manter até dezembro. No mês de julho, segundo dados do Centrorochas, o recuo chegou a 16,32%, se comparado com as vendas do mesmo período de 2007. No Espírito Santo, a queda foi ainda mais acentuada: 21,91%. Mesmo assim as exportações de rochas movimentaram US$ 93 milhões no Brasil e US$ 59 milhões no Espírito Santo.
Produção
O Espírito Santo tem lavras de diversos tipos de rochas, empresas para beneficiamento primário (serragem) e secundário (polimento e produtos acabados), fabricantes de máquinas, equipamentos e insumos industriais, prestadores de serviço, centros de tecnologia, entre outros.
O município que mais se destaca é o de Cachoeiro do Itapemirim. Ele tem a maior reserva de mármore e o maior parque industrial de rochas ornamentais do país.
Mas o setor não fica concentrado nessa cidade. O Estado possui todas as atividades da cadeia produtiva principal no Sul, onde está localizado o Arranjo Produtivo Local de Rochas (APL) composto por 14 municípios. O APL se destaca pela extração de mármore e a indústria de beneficiamento de rochas.Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral, o Estado detém 70% da produção nacional de mármore e 30% da produção de granito, principalmente das regiões norte e noroeste. A região Metropolitana da Grande Vitória também registra um crescimento do número de indústrias de beneficiamento de grande porte. São no total 468 empresas filiadas ao Sindirochas, 70 empresas localizadas no norte do Estado, 61 empresas na Grande Vitória e 337 no sul do Estado. Desse total, 21 são empresas exportadoras.

Preocupação com meio ambiente é destaque na 26ª Cachoeiro Stone Fair

Extraído do site da Revista Inforochas

Os empresários do setor de beneficiamento de mármore e granito estão cada vez mais preocupados com a preservação do meio ambiente. O IEMA tem feito a sua parte e fiscalizado com mais rigor, e os empresários também demonstram interesse em se adequar às novas normas.
Nessa edição da Feira Internacional do Mármore e Granito de Cachoeiro, é fácil observar o uso da tecnologia em favor do meio ambiente, onde equipamentos já conhecidos e outros lançamentos movimentam o setor e aquecem o mercado.
Um exemplo é o filtro-prensa, equipamento que já existe há mais de 30 anos, mas que a cada dia ganha mais espaço, devido à grande demanda das empresas cada vez mais preocupadas com a questão da destinação dos resíduos de rochas ornamentais.
O equipamento serve para separar a água presente na lama abrasiva descartada no processo de desdobramento e polimento da rocha. A água que seria despejada no meio ambiente volta para ser reutilizada no processo, já os materiais sólidos podem ser usados em outros setores, como o da construção civil, a partir da fabricação de tijolos e argamassa ecológica.
A empresa Andritz, de Santa Catarina, comercializa esse filtro e está otimista. Expondo na feira de Cachoeiro pela quinta vez, está com os três equipamentos de mostruário vendidos. A expectativa é que esse número só aumente. De acordo com a vendedora Vânia, esse tipo de máquina, que visa menor impacto ambiental é uma tendência de mercado.
“As empresas têm que se adequar porque os órgãos ambientais exigem isso. Além de beneficiar o meio ambiente as empresas também ganham, uma vez que 80% da água utilizada pode ser reaproveitada” disse, otimista.
Cachoeiro lança tecnologia
Com o mesmo intuito de preservar o meio ambiente e otimizar a produção, a empresa Tecno-Ita, de Cachoeiro apresenta o SISA – Sistema Integrado de Separação de Água.
Inovação do filtro-prensa, essa tecnologia capixaba une o filtro de secagem, o tanque de decantação, o dosador floculante, o batedor de lama e a bomba de pressurização em um só equipamento. Essa máquina na verdade já existia, mas foi aperfeiçoada. Outra grande vantagem é que ela não precisa de operador. É uma máquina completamente programável que funciona sozinha.
Sérgio Campos Pedrosa, diretor da empresa, está desde 1994 no mercado, atuou durante anos no CETEMAG e depois de muitos estudos desenvolveu essa tecnologia. Hoje o SISA é patenteada, e a Tecno-Ita é a única empresa de Cachoeiro que comercializa esse tipo de equipamento. O modelo que está exposto na feira já foi vendido e alguns pedidos já foram feitos. Sérgio se diz confiante nos contatos que realiza na feira.
“Estou com boas expectativas, ontem não tinha muita gente, mas hoje já perdi a conta de quantos contatos realizei. A feira é uma ótima vitrine.”
Sérgio demonstra preocupação em relação à natureza.
“As empresas têm que se adequar. É um absurdo você jogar no meio ambiente uma água que não dá mais para usar. Temos mesmo é que reaproveitar, e a cobrança vai ser cada vez maior.”
Outra tecnologia desenvolvida em Cachoeiro é o Chuveiro Retilíneo Emborrachado, da Dinâmica Artefatos de Borrachas, empresa nova no mercado que expõe pela primeira vez na Cachoeiro Stone Fair. Ela trabalha com produtos de metal-borracha, uma vez que o mercado de Cachoeiro necessita muito desse tipo de material.
O chuveiro, utilizado no processo de serragem, normalmente é de ferro fundido e gera um desgaste muito precoce. O que a Dinâmica fez foi lançar uma linha de chuveiros emborrachados direto na carcaça, o que é chamado de metal-borracha. Para a feira foi feito um diferencial, a carcaça de alumínio, que diminui o peso em relação ao ferro fundido.
O diretor da empresa, Wagner Maitan explica que ogera um ótimo custo benefício para o empresário. “O chuveiro comum dura cerca de um ano e nós acreditamos em cinco anos de garantia para o emborrachado, por ser mais leve e dar vida mais útil ao mecanismo de acionamento do tear, que é o redutor e a distribuição da lama em cima do bloco.”
Ele ainda se mostra bem animado com a feira e acrescenta: “as pessoas não vieram aqui para passear, eu estou muito otimista e acredito no meu sucesso”.

Arte com mármore de Cachoeiro encanta visitantes de Feira

Extraído do site da Revista Inforochas

Dentre as muitas novidades da 26ª Cachoeiro Stone Fair está o Pavilhão do Mármore. Um espaço de 1.250 metros quadrados que abriga, exclusivamente, o mármore de Cachoeiro, considerado um dos melhores do mundo.
Quem passa pelo local se encanta com a aplicação e a diversidade das pedras, em decorações modernas e sofisticadas, aliada à beleza das rochas, que chamam a atenção.
Uma bela surpresa é a exposição dos quadros “Antropofagia” (1929) e “O Abaporu”(1928), mais conhecidos expoentes da arte modernista, criados pela artista plástica Tarsila do Amaral.
As obras estão muito bem representadas no Pavilhão do Mármore, por meio de uma releitura em mosaico todo feito de pedra. A criação é do artista plástico Luciano Cypriano, de Venda Nova do Imigrante.
A perfeição e o colorido do desenho não passam despercebidos pelos visitantes. É difícil não se encantar com a possibilidade de beleza e delicadeza vindas de uma rocha.
Visitantes ficaram impressionados com a criatividade do artista. “É incrível a capacidade de transformação desse objeto tão bruto em algo tão delicado e perfeito” disse, se referindo ao mosaico”, disse o visitante Carlos Eduardo.
Vitrine
O Pavilhão é uma vitrine onde 35 diferentes tipos de mármore, materiais de 10 empresas de Cachoeiro, estão expostos no chão, paredes e móveis decorativos.
Além de potencializar o Sul do Estado como maior pólo extrativista de mármore branco do País, o objetivo do espaço é mostrar que esse material pode ser muito bem aproveitado na construção e decoração de diversos ambientes.
Cachoeiro é o maior centro de processamento de rochas do Brasil e a Feira deste ano visa atingir, principalmente, o mercado interno, aquecido pela demanda da construção civil e pela queda do dólar e das exportações.
Como o mármore é abundante e de boa qualidade, o Pavilhão pretende aumentar a visibilidade dessa verdadeira preciosidade de Cachoeiro.
O espaço está localizado no pavilhão três da feira, que acontece no Parque de Exposições Carlos Caiado Barbosa.