quinta-feira, 29 de julho de 2010

Setor de rochas ornamentais busca sutentabilidade

Extraído do site do Jornal ESHoje
A ecoeficiência na área ganhou atenção em seminário nesta quinta
29 de Julho de 2010 - Por Dalila Travaglia.


O Espírito Santo é o principal pólo de desenvolvimento no setor de rochas ornamentais do País. No Estado, existem aproximadamente 1.250 empresas no setor, que geram 130 mil empregos diretor e indiretos. O segmento é ainda responsável por 7% do PIB capixaba. Para acompanhar a grande demanda do segmento, o meio ambiente tem ganhado atenção. Afim de reduzir os custos econômicos e impactos ambientais, a ecoeficiência foi tema do Seminário do setor de Rochas Ornamentais do ES, o evento aconteceu na manhã desta quinta-feira, na sede da Federação da Industrias do ES (Findes).
Para o presidente do Sindicato de Rochas (Sindirochas) do ES, Emic Malacarne Costa, a demanda do setor na área é grande. Os recursos naturais e a variedade de riqueza das rochas são muitas. "Com tanta movimentação do setor no Estado, é preciso pensar em sustentabilidade. Há cerca de 15 anos os empresários do ramo começaram a tomar consciência ambiental, aderindo a regulamentação das empresas, com licenças ambientais nos trabalhos realizados", afirma o presidente.
O diretor técnico do Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae), Benildo Denadai, afirma que o Sebrae tem a missão de aumentar e fomentar o setor, que segundo ele está em fase de muita organização. Além disso quer contribuir no projeto de produção sustentável, e produzir de forma inteligente para crescer ainda mais.
A importância social e econômica que o setor gera para o município, fez a Secretária de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), Maria da Glória Abaurre afirmar que seu maior desafio seria introduzir a ecoeficiência no seguimento. Para a secretária é necessário tirar empresas da ilegalidade e produzir de forma sustentável.
"Houve boa vontade de entidades e do governo em orientar e fiscalizar rigidamente a busca das licenças ambientais para trabalhar. É preciso incentivar os minerados a fazer, por exemplo, o uso de aterros. Na fase de tratamento da pedra uma "lama" de beneficiamento é percebida. É preciso ter consciência de que aquilo é resíduo e subproduto, e pode ser reutilizado para fazer blocos de cerâmica e base asfáltica. Além de ser bom para o meio ambiente é bom também para a cadeira produtiva geral", explica a secretária.
Para o ex-secretário de meio ambiente do Estado de São Paulo Fábio Feldmann, um dos palestrantes do encontro, a licitação sustentável é uma das maneiras de incentivar empresas a incorporar os temas voltados para o desenvolvimento sustentável.
"As empresas precisam ter consciência que as questões relativas ao meio ambiente vieram para ficar. A partir daí existem dois cenários: o da oportunidade e o do risco. A oportunidade é a de conseguir agregar valor ao produto com o uso de práticas sustentáveis. Já o risco é o do comprometimento da reputação, a dificuldade de saída do produto no mercado", explica o palestrante, que recebeu em 1990 o prêmio Global 500 da Organização das Nações Unidas (ONU).
Durante o encontro, Feldmann fez ainda um retrospecto da evolução do cenário ambiental brasileiro, ressaltando que a Conferência do Rio, em 2007, ocasião em que foi criada a Agenda XXI, foi o marco para expansão da "onda verde" pelo país.
"A Conferência do Rio nos mostrou que estamos em um momento crítico para a humanidade. Apesar de abrangente, o documento gerado após o encontro é um alerta de que a humanidade possui muito a resolver em um curto espaço de tempo. Ainda estamos muito aquém, mas o consumidor já começou a fazer sua parte, levando em conta não apenas o preço, como também a forma em que o produto foi produzido", completa.
Além da ecoeficiência, os participantes do encontro puderam ainda saber um pouco mais sobre as inovações previdenciárias e seus reflexos na área de Segurança e Saúde no trabalho, tema abordado pelo médico Airton Kwitko.
"Durante muitos anos saúde e segurança do trabalho fez parte das empresas apenas como discurso. Atualmente, os empresários já estão percebendo que essas questões também interferem no cenário financeiro de seus negócios. Por isso, a inovação é fundamental", pondera Kwitko.
Já o economista e mestre em filosofia Renato Caporali abordou a importância da cooperação para um ambiente de Arranjo Produtivo Local (APL). "As empresas são concorrentes, mas dentro de um APL elas precisam atuar com um mínimo de colaboração. Há diversas linhas de financiamento, voltadas para o crescimento dessas empresas, porém, o investimento é no grupo para que o desenvolvimento seja conjunto", ressalta Caporali.

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