quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Rochas e reivindicações

Extraído do site Gazeta Online
Atualizado em 15/02/2011 - 22h20 - A Gazeta - Rita Bridi - rbridi@redegazeta.com.br
Setor precisa contar com infraestrutura melhor para crescer e contribuir para a balança comercial

O governador Renato Casagrande aproveitou a solenidade de abertura da Vitória Stone Fair 2011, no final da tarde de ontem, para apresentar ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, reivindicações na área de infraestrutura. A reestruturação do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), foi a primeira delas. "Temos burocraracias legais que precisamos vencer", disse o governador.
As demais solicitações foram investimento para rodovias, portos e aeroporto. O setor de rochas ornamentais, lembrou Casagrande, precisa contar com melhor infraestrutura para continuar crescendo. O governador pediu também a parceria e o apoio do ministro na questão dos royalties do petróleo, para que seja mantido o atual sistema para as áreas já licitadas.
Ao final da solenidade, Lobão disse que todos os pedidos feitos pelo governador serão analisados com carinho, "afinal trata-se de um Estado altamente produtor de rochas ornamentais" e cujas pedras são "referência mundial pela qualidade". O ministro disse que a estrutura do DNPM no Espírito Santo, é uma das melhores do país, mesmo assim prometeu ampliar o número de técnicos como forma de garantir maior rapidez nas decisões.
A feira
A Vitória Stone Fair 2011, que está na 31ª edição, foi aberta ontem, no Centro de Eventos Floriano Varejão, em Carapina, Serra, e prossegue até sexta-feira, com horário de 13 às 20 h. A feira conta com 410 expositores, sendo 95 internacionais de países como Itália, Egito, Espanha, França, Portugal, Índia, Argentina, Grécia, Turquia, e outros.
Instalada em uma área de 36 mil metros2, a feira deverá receber mais de 20 mil visitantes de 65 países, de todas as regiões do país e, principalmente do Espírito Santo. Nos estandes da maior feira de rochas ornamentais da América Latina e uma das mais importantes do mundo está exposta uma grande diversidade de pedras ornamentais que encanta os visitantes. O setor de equipamentos também marca presença forte na feira.
Na tarde de ontem era forte a presença dos estrangeiros nos estandes e nos corredores do pavilhão. A novidade da feira neste ano são as pedras translúcidas de cores variadas. Antes voltadas para o mercado internacional a novidade é agora apresentada ao mercado interno.
As pedras, que encantam os visitantes, são cobiçadas para escadas, mesas e lavatórios. As peças são valorizadas e destacadas com iluminação especial. As pedras translúcidas estão em vários estandes. O preço médio é de US$ 120 o metro2.
Além da beleza das pedras, outro setor que chama a atenção é o de equipamentos. A politriz italiana Levibreto, utilizada para polir as placas de mármore e granito é uma das estrelas no estande da Jaciguá. Com peso de 32,5 mil quilos a máquina, já nacionalizada, custa R$ 2 milhões.
No estande da Pianna, os destaques são para a pá carregadeira e a escavadeira, equipamentos usados nas pedreiras. A empresa, que comercializa a marca New Holland, projeta negócios da ordem de R$ 5 milhões.
Na feira
Turquia
Nos vários estandes de empresas da Turquia, as peças decorativas feitas com mármore e granito chamam a atenção. O quadro com a figura de Cristo, confeccionado a mão com pedaços de pedras diversas custa US$ 30 mil. O autor da peça demorou quatro meses para concluir a obra.
Agrados e mimos
Mulheres vestidas com trajes típicos visitaram os estandes de países árabes dando as boas-vindas aos expositores e oferecendo chás e biscoitos.
Visitas
Após a solenidade de abertura, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o governador Renato Casagrande e demais autoridades visitaram alguns estandes.
Politriz
A máquina utilizada para polir chapas de mármore e granito pesa 32,5 mil quilos, custa R$ 2 milhões e faz o polimento de uma chapa a cada dois minutos.
Indianos
A indiana Classic Marble Company, que trabalha com mais de 500 variedades de rochas está de olho no mercado brasileiro.

Entraves do setor

Extraído da Revista Inforochas

Apesar da expectativa positiva com relação à Vitória Stone Fair, o setor de rochas ornamentais, internamente continua sentindo os efeitos da falta de infraestrutura em importantes áreas. O crescimento das exportações é relevante e necessário, mas o superintendente do Sindirochas, Romildo Tavares, faz oportunas ressalvas sobre a questão:
"O Sindirochas mantém-se na vanguarda das discussões sobre o futuro do setor de rochas, chamando atenção especialmente para o cumprimento das exigências ambientais, de saúde e segurança do trabalho, de valorização da matéria-prima que a natureza oferece, da necessidade de grandes investimentos em tecnologias e processos, de maior cuidado nas concessões de créditos e a realização de negócios saudáveis necessários a remuneração do capital e da manutenção do próprio negócio".
Para ele, o mercado interno está favorável, porém, os preços estão pressionados para baixo. "A livre concorrência é saudável, a elevada oferta de produtos acaba regulando os preços no mercado. No entanto, é preciso muita atenção quanto aos custos agregados aos produtos, pois, sem um efetivo controle, os preços praticados podem prejudicar a todos comprometendo a saúde financeira das empresas".
Tavares disse que o Sindirochas espera que na feira ocorra uma discussão mais ampla possível sobre esses temas.
E uma boa oportunidade para discutir esses assuntos será oferecida no evento Pedra Fundamental – Encontro de Prefeitos dos Municípios Produtores de Rochas Ornamentais, nos dias 15 e 16 de fevereiro, paralelamente à feira.

Estado vai receber R$ 60 bilhões em investimentos até 2014

Extraído da Revista Inforochas Jan-Fev/11
Segundo o presidente da Findes, Lucas Izoton, para 2011, a projeção é de aumento de 8,5% na produção capixaba, enquanto a média nacional deverá ficar em 3,5%

Mesmo marcados por uma crise financeira que abalou o mundo, os últimos anos foram positivos para a indústria capixaba.
E a tendência é de mais crescimento. Dados divulgados pelo presidente da Findes,Lucas Izoton, apontam que, entre 2011 e 2014, o Estado vai receber pelo menos R$ 60 bilhões em investimentos industriais.
Para 2011, a projeção é de aumento de 8,5% na produção capixaba, enquanto a média nacional deverá ficar em 3,5%.
O PIB da indústria capixaba, que teve crescimento de 62,6% desde 2004 – contra média nacional de 21% –, deve alcançar patamares ainda maiores. É esperado um aumento de 7%, contra 3,5% para o País.
Entre os investimentos para 2011-2014, estão a construção da Companhia Siderúrgica Ubu (CSU), em Anchieta, a ampliação da plant a da Vale e da ArcelorMittal Tubarão e a implantação do polo da Ferrous, em Presidente Kennedy.
Também haverá investimentos no setor de rochas ornamentais. Em Cachoeiro, a previsão é de R$ 1 bilhão, com a diversificação de mercados do segmento, além da implantação de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH). Já para Nova Venécia, além de projetos do setor de rochas, também estão previstos investimentos na agroindústria, somando R$ 480 milhões.
De acordo com Izoton, as expectativas são bastante positivas, já que o Espírito Santo teve o maior crescimento percentual da produção física industrial no País. De janeiro a outubro de 2010, o aumento foi de 26,7%, comparado ao mesmo período de 2009. O ano deve fechar em 24%, enquanto a média nacional foi de 10,8%.
Entre os destaques, está a indústria extrativa, com 67,39%. Os próximos anos, segundo Izoton, deverão ser marcados pela busca para a superação de desafios.
“Um dos maiores é nossa logística que, apesar de relativamente boa, ainda carece de novas e melhores rodovias, ferrovias".
Ele também adiantou que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) deverá travar uma batalha pela redução de incentivos a exportações.
Investimento em capacitação
Outro dado animador é a expectativa é de que o número de empregos na indústria capixaba salte de 199,7 mil vagas, em 2010, para 218,5 mil, em 2011. Porém, ele vem acompanhado de outro desafio apontado pelo presidente da Findes, Luzas Izoton.
“Precisamos fazer um mutirão de capacitação, pois a geração de empregos continua apresentando crescimento no Espírito Santo e precisamos também ocupar as vagas ociosas que existem atualmente, por falta de pessoal qualificado”, ressaltou.
Para direcionar esse mutirão, a entidade fez um levantamento com os cursos em que há maior demanda, de acordo com o perfil de cada região.
Para Cachoeiro de Itapemirim, por exemplo, a área de mineração figura entre as mais carentes de profissionais, assim como a agroindústria, a biotecnologia e a automação industrial.
Já em Nova Venécia, polo do setor no noroeste capixaba, Geologia e Mineração estão entre os cursos mais demandados, além de Mecânica e Química.
Izoton destacou que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) capacitou 62.249 estudantes em 2010. A previsão para 2011 é de que sejam formados 76.494 profissionais, em diversos cursos.