terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Setor de rochas espera recuperar vendas a partir do 2º semestre

Extraído do site Gazeta Online
10/02/2009 - 14h35 (Outros - Redação Gazeta Rádios e Internet)

A Feira Internacional do Mármore e Granito - a Vitória Stone Fair- começou nesta terça-feira (10) no Pavilhão de Exposições de Carapina, Serra. Mesmo com o cenário de crise econômica nos principais mercados consumidores de rochas, norte-americano e europeu, os organizadores enxergam no evento um bom termômetro de mercado, que deve melhorar a partir do 2º semestre.
"Esperamos que a feira seja um sinalizador de como será o ano do setor. O momento agora é de fortalecer os negócios do mercado", disse o presidente do Sindicato da Indústria de Rochas do Espírito Santo, o Sindirochas, Áureo Vianna Mameri.
Segundo Áureo Mameri, a redução da demanda por parte dos Estados Unidos, o maior comprador de rochas capixabas, vai influenciar o número de visitantes estrangeiros na Vitória Stone Fair 2009. "O número de norte-americanos e estrangeiros pode até ser menor, mas esperamos que o número de visitantes em geral cresça". O presidente do setor disse ainda que espera um cenário econômico melhor a partir do segundo semestre, quando a expectativa é de aumento das vendas.
Segundo Mameri, a redução da demanda no setor começou em 2007, quando o mercado norte-americano já sentia consequência da pressão da crise no setor imobiliário. "O ano passado foi um ano de ajustes e o mercado interno teve um papel muito importante na adequação das empresas para a nova realidade. Os empresários voltaram a trabalhar com material para consumo interno", disse.
A feira internacional do Mármore e Granito é considerada um marco para percepção de tendências do mercado no decorrer deste ano. O evento é promovido pelo Sindicato da Indústria de Rochas do Espírito Santo (Sindirochas) e pelo Centro de Tecnologia do Mármore e Granito (Cetemag), e realizado pela Milanez & Milaneze.
São 350 expositores distribuídos em cerca de 30 mil m² de área e estandes elaborados e que vão mostrar a aplicabilidade das rochas na decoração e na construção civil, além de máquinas, ferramentas, insumos e novos processos de gestão. O Espírito Santo concentra 90% do parque industrial brasileiro de extração de rochas ornamentais e responde por 87% das exportações de chapas polidas do país. Em 2008, as exportações capixabas de rochas somaram quase US$ 630 milhões.
Palestras desta quarta-feira
- 10h30: Produtos e serviços do Banco do Nordeste do Brasil para o Setor de Mármores e Granitos com Júlio Silva Filho, gerente de Agência
- 11h30: Apoio financeiro do Bandes ao Setor de Rochas Ornamentais com José Antonio Buffon, diretor de Crédito e Fomento
- 14h: Processo e utilização de Rochas com Emic Costa, presidente do Cetemag
- 15h: Soluções eletrônicas em Comércio Exterior com Ricardo Maia e Thais Borges, gerentes de Negócios Internacionais do Banco do Brasil
- 17h: Apresentação do Projeto de Desenvolvimento territorial para o setor de rochas ornamentias no Espírito Santo com Renato Carporalli, com o gerente de Cooperação Internacional da Confederação Nacional da Indústria ( CNI).

Outras informações: www.vitoriastonefair.com.br

De olho no terceiro ciclo do setor de rochas

Extraído do site da Revista Inforochas

Referência no segmento de extração e mineração, o Espírito Santo busca também a excelência no chamado terceiro ciclo do setor de rochas ornamentais, que envolve a industrialização de produtos acabados. A fim de incentivar o consumo e mostrar a qualidade dos produtos capixabas, o Sebrae-ES desenvolve o projeto “Rochas Ornamentais”, por meio do qual está viabilizando a participação de marmorarias na Vitória Stone Fair.
Participando do evento, os grupos de marmorarias Via Pétrea, localizado em Barra de São Francisco; Nortstones, de Nova Venécia; Qualirochas, de Serra; e Grande Vitória, compartilham o “Espaço Marmorarias Capixabas”, uma oportunidade de troca de experiências e interação entre empresários do mesmo segmento, além de fortalecer o processo de internacionalização das micro e pequenas empresas da cadeia produtiva de rochas ornamentais do segmento de marmorarias.
Os produtos expostos vão desde mobiliários em rochas até a execução de projetos, como cozinhas, banheiros e áreas de lazer. “O objetivo desse espaço é mostrar os produtos desenvolvidos no Estado, além de expor a qualidade, a resistência, a rusticidade e, principalmente, o design diferenciado, aliado à diversidade de rochas ornamentais oferecidas hoje no mercado”, explica Rogélio Santos, gestor estadual do projeto de Mármore e Granito do Sebrae-ES.
Quanto às tendências do mercado, um dos expositores do espaço, o empresário Marcelo Nery afirma que, apesar da crise econômica, o mercado interno está aquecido devido ao fortalecimento do setor imobiliário.
“O consumidor brasileiro está mais aberto às novas tendências e utilizando mais pedras exóticas. Com isso, estamos nos voltando também para o mercado interno, que possui grandes oportunidades de crescimento”, destacou.
Por meio de treinamentos, palestras, consultorias e visitas técnicas, o Sebrae-ES oferece apoio às marmorarias, além de auxiliá-las a expor em feiras, como a Vitória Stone Fair. O projeto conta com a parceria de entidades que ajudam no desenvolvimento e na sustentabilidade das marmorarias do Estado, que somam em torno de 35 empresas.
Showroom com mármore capixaba
Este ano, o mármore capixaba tem um ambiente reservado na Vitória Stone Fair. É o espaço “Mármores do Espírito Santo”, que tem o apoio do Governo do Estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento, cujo objetivo é divulgar a pedra capixaba e sua aplicabilidade. Um show room foi preparado para expor tipos e características especiais das rochas e mobiliário produzido com as pedras.
Nele, estão apresentadas as amplas possibilidades de uso do mármore como elemento de construção, aliado ao design e à adequada tecnologia para seu beneficiamento industrial. Designers, arquitetos e profissionais do segmento estarão apresentando as novidades.
Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o Espírito Santo detém 75% da produção nacional de mármore e 30% da produção de granito.
A reserva de mármore do Estado possui 40 quilômetros de extensão por oito quilômetros de largura e está localizada entre os municípios de Cachoeiro de Itapemirim, Vargem Alta e Castelo. Ela produz cerca de seis mil metros cúbicos por mês de rochas para ornamentação e 300 mil toneladas de pó.
Palestra
Os principais problemas enfrentados nos processos de extração e beneficiamento de rochas, sua comercialização e aplicação nos mais diversos ambientes também serão apresentados no espaço “Mármores do Espírito Santo”. O presidente do Centro Tecnológico do Mármore e Granito (Cetemag), Emic Malacarne Costa, abordará esses temas em uma palestra para os interessados no assunto.
Emic afirma que esse tipo de palestra é muito importante. “Precisamos despertar nos especificadores a vontade de se aprofundar no arranjo e, assim, conseguirmos mais profissionais que se dediquem a pesquisar informações sobre rochas. A falta desses conhecimentos atrapalha a divulgação. São necessárias análises interpretadas”.

Em busca de alternativas

Extraído do site da Revista Inforochas

As discussões sobre a crise mundial, que afetou a economia dos principais mercados consumidores de rochas, como os Estados Unidos, e projeções de cenários vão marcar presença na 27ª edição da Feira Internacional do Mármore e Granito (Vitória Stone Fair), realizada no Espírito Santo, entre os dias 10 e 13 de fevereiro.
“A feira nos dará uma sinalização forte de como estará o mercado e de como serão os negócios neste ano”, destaca o presidente do Sindirochas , Áureo Vianna Mameri.
Os contatos que os expositores terão com os seus clientes serão um forte sinalizador de como será o ritmo dos negócios neste ano e no começo do ano seguinte. O setor, que, desde meados de 2007, vem sofrendo os efeitos da crise imobiliária americana, tem a expectativa de que, neste ano, a retração nas vendas não se acentue.
“Se neste ano for repetido o desempenho do ano passado, já ficará de bom tamanho”, enfatiza Mameri. Com larga experiência, resultado da participação em inúmeras feiras realizadas no Brasil e em outros países, o presidente do Sindirochas dá dicas aos expositores:
“É importante colocar nos estandes o maior número possível de materiais. Quem se preocupar com a diversificação e reunir materiais de menor custo junto com os de custo mais elevado, as novidades e os exóticos vai se sair bem”, aposta.
A feira, explica Mameri, sempre foi muito focada no mercado externo. Mas, devido à crise mundial, a expectativa é de que esta edição seja muito visitada pelo mercado interno. Com o setor da construção civil aquecido, há a sinalização de forte presença, na feira, de profissionais que atuam nas áreas de decoração e design para conhecer os materiais que estarão no mercado neste ano e nos anos seguintes.
Expositores
Na feira é mostrada a diversidade de rochas ornamentais brasileiras, e o ambiente é voltado à realização de negócios e parcerias, além da difusão de inovações tecnológicas, como máquinas, ferramentas, insumos e novos processos de gestão.
É o maior evento do setor de rochas na América Latina, e neste ano reúne 350 expositores, sendo a maioria deles (85%) de origem nacional. De acordo com a coordenação do evento, participam empresas do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rondônia, Paraíba, Ceará. O maior número de expositores é do Espírito Santo, seguido de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Estrangeiros
Os expositores internacionais respondem por 15% dos estandes, com participação de empresas da Itália, China, Egito, Turquia, Israel, Estados Unidos, Argentina e Espanha. A presença internacional mais forte é da Itália e China.
A organização da Feira trabalha com a expectativa de 20 mil visitantes, sendo 12 mil do Espírito Santo, seis mil de outros Estados brasileiros e dois mil visitantes internacionais.
Depoimentos
“Neste ano, em que o cenário mundial é de crise, a feira será um sinalizador para as empresas e apontará as tendências de mercado em 2009. Nossa expectativa de negócios e de contatos com clientes é sempre muito positiva, não só pela grandiosidade do evento, mas porque quando se procura variedade em pedras e exóticos todo mundo sabe que é preciso buscar o Espírito Santo" - Áureo Mameri, presidente do Sindirochas

“Nesta edição da Feira do Mármore, vamos fazer mais que negócios. Nesta edição, vamos fazer história. O ano de 2008 foi um momento de adequação às novas condições do mercado e, agora, começar 2009 já com a grandiosidade da Feira Internacional do Mármore e Granito é, sem dúvidas, o impulso que falta para o mercado se reerguer e voltar a crescer. Se o arranjo de rochas se organizar, 2009 será o ano da retomada. E a Vitória Stone Fair é a alavanca inicial para isso”. - Emic Malacarne Costa, presidente do Cetemag

“Nosso objetivo com a Vitória Stone Fair é propiciar aos expositores e visitantes uma oportunidade para realização de negócios que sejam vantajosos para todos. Quem visita este evento vai identificar as melhores oportunidades para seus negócios. E para quem expõe, a Feira faz parte de uma importante vitrine que dá visibilidade a seus produtos e serviços, com potencial para ampliar a base de clientes.” - Cecília Milanez, diretora da Milanez & Milaneze

Vitrine mundial para empresas italianas

Extraído do site da Revista Inforochas

Tecnologia de ponta, lançamentos e busca de novos clientes. Essas são as novidades e as expectativas que 22 empresas italianas trazem na bagagem para a 27ª Vitória Stone Fair 2009. Para os italianos, a Feira é uma excelente oportunidade de mostrar seus produtos, promover lançamentos, fazer novos clientes e estreitar suas relações comerciais, não só com o Brasil, mas com vários países da América Latina.
É o caso da GBC Mármores, da famosa região de Carrara, na Toscana, que vem para a Feira de olho no mercado brasileiro e latino-americano. “Vemos o Brasil como um bom mercado consumidor e esperamos fazer bons negócios durante a Feira de Vitória”, conta uma das responsáveis da empresa, Daniela Gabrielli.
Já a empresa Gaspari Menotti, no mercado há 53 anos, destacou a importância da Vitória Stone Fair para as empresas italianas e disse que está aproveitando a oportunidade para promover o seu mais novo lançamento, uma máquina para lustrar pedras naturais.
“A PGM 2200 é uma máquina revolucionária, graças a novas tecnologias no campo elétrico-eletrônico. Possui um software de gerenciamento extremamente simples, que amplia muito a sua potência e a coloca um passo a frente das atuais. Para nós, a Feira é um indispensável ponto de encontro com os nossos clientes e também o momento principal de conhecer novas empresas interessadas em nossos produtos”, contou Nicola Tonelli, um dos gerentes.
A Officine Marchetti também participa da Vitória Stone Fair com o objetivo de aumentar a cartela de clientes de seus tensores hidráulicos para teares. Segundo Cristina Simonelli, a “difícil situação econômica” não permite fazer previsões, mas a empresa espera aumentar as suas relações comerciais com o Brasil e, para isso, vai aproveitar a feira para divulgar um novo produto.
“A mais recente novidade é um ‘tirante’ formado de um prato único. Isso permite uma maior duração em relação ao tradicional formato de dois pratos, em que resíduos se depositam entre os dois discos e, ao oxidar-se, aumentam de volume e danificam o equipamento. Além disso, as operações de lavagem e limpeza são mais ágeis”, explicou Simonelli.
Para a Barsanti Máquinas, apesar da crise mundial, o Brasil continua sendo um mercado estratégico, tanto que, atualmente, a empresa está montando em Vitória um equipamento de lapidação de granito de alta tecnologia.
O gerente da área de vendas, Marco Colmo, observa que a Feira é um momento de encontro com os clientes e uma oportunidade de se fazer presente no mercado mundial.
“Estamos sempre atentos e procurando desenvolver novas tecnologias. Para a Feira, vamos apresentar uma série de máquinas de cortes a multifios e apresentar nosso serviço de assistência técnica desenvolvido em colaboração com a CLM Usinagem de Vitoria. Será interessante escutar e entender quais serão os futuros horizontes do setor e como será a evolução do mercado para os nossos clientes brasileiros, que até agora estavam muito voltados para os Estados Unidos”, disse Colmo.
Novas empresas buscam visibilidade na Vitória Stone Fair
A Vitória Stone Fair também é considerada uma ótima oportunidade para novas empresas italianas darem visibilidade aos seus produtos. É o caso da recém-criada Biesse Intermac G&S Division, que ainda nem começou a produção mas já está participando da Feira, e da Prometec, que foi criada em 2006 a partir da tradicional Protec.
A engenheira e diretora administrativa da Prometec, Alessandra Pucci, contou que, além dos produtos habituais, como máquinas de transportes para blocos e chapas, irá apresentar na Feira um aparelho para a aplicação de resina tipo “Epóxi”, que permite obter chapas e produtos finos de maior qualidade.
“Decidimos participar da Feira porque acreditamos que o mercado brasileiro possa ser muito bom para os nossos produtos. Apesar do momento difícil, temos colhido ótimos frutos e, no último ano, temos procurado expandir nossa rede comercial. Esperamos conquistar visibilidade e fazer bons contatos para o futuro”, contou Pucci.

O que especificadores esperam das empresas?

Extraído do site da Revista Inforochas

É preciso aproximar o setor de rochas dos especificadores. Que empresário nunca ouviu esta frase? Mas como fazer com que informações sejam reunidas, de forma clara, e disponibilizadas a quem escolhe o material e sua área de aplicação? Explorar a internet é uma das sugestões do presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil no Espírito Santo (IAB-ES), Marco Romanelli. O arquiteto é mestre em Conforto Ambiental, doutor em Urbanismo, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e conselheiro do Crea-ES.

Revista Inforochas - Com tantas opções de materiais, tanto naturais como industrializados, quais são os principais critérios que os arquitetos utilizam para especificá-los em um projeto?
Marco Romanelli - Os materiais de acabamento – aqueles que ficam aparentes e em contato direto com os habitantes de um espaço – são escolhidos, principalmente, por suas propriedades subjetivas e sensoriais, privilegiando, estas últimas, a visão e o tato. As cores e os padrões visuais, as texturas e a rigidez das superfícies costumam ser os principais critérios de escolha desses materiais. A especificação final de projeto, no entanto, também leva em conta as características técnicas de desempenho, aplicação, manutenção, correção ambiental – mais recentemente – e, sem dúvida, preço.

E no caso das rochas ornamentais, quais as informações fazem a diferença para escolher entre esse e aquele material?
A pedra tem como principal caráter subjetivo a perenidade, no sentido de que, uma vez construído em pedra, um artefato denota a certeza de uma longevidade que supera a de outros materiais, como as argilas ou a madeira, e mesmo os metais. Mesmo que não se construa mais com a pedra propriamente dita, o seu emprego como ornamento sempre contém a mensagem da longa duração, que fica agregada ao objeto construído.
Todas as rochas, portanto, denotam perenidade. E a escolha de uma em especial se dá pelas propriedades visuais de cor, padronagem e textura, somadas às características técnicas e de preço.

Quais as principais dificuldades que um arquiteto encontra ao querer utilizar uma rocha ornamental em um projeto? Por exemplo, nomenclatura, informações sobre o nível de porosidade, de desgaste etc?
A informação rápida e precisa sobre todas essas propriedades mencionadas é essencial para a especificação de um material de acabamento. A falta, a lentidão ou a imprecisão em qualquer destes itens dificulta muito a tarefa de especificação, podendo levar à escolha de outras alternativas, cujo acesso aos dados seja mais disponível.
No setor de rochas ornamentais, é sensível o problema da nomenclatura – que varia muito para um mesmo produto – e ainda falta muita informação técnica sobre o desempenho sob condições adversas e sobre os procedimentos corretos de aplicação e manutenção. Há também o problema da comunicação dos detalhes de projeto – principalmente quanto ao formato dos cortes – às empresas de beneficiamento. Cada vez mais, o projeto é registrado em meio digital, e as marmorarias precisam incorporar esta tecnologia para receber as informações e entregar os serviços e produtos sem falhas.

E quais as principais vantagens os profissionais veem na escolha da rocha ornamental?
O caráter da perenidade que a rocha atribui à construção, de modo subjetivo, em grande parte dos casos ocorre também em termos reais. Artefatos de pedra não apenas parecem mais duráveis, mas tendem a ser mesmo mais duráveis do que outros materiais. Há exceções – como a abrasão e os ataques químicos – mas a regra geral da longevidade se mantém.
Desse modo, esta qualidade subjetiva se soma, na maioria das vezes, à durabilidade real do material. Esta combinação leva a outra qualidade subjetiva, a do valor. Um material que claramente parece durável e é mesmo durável, sempre parecerá mais caro (mesmo que não seja), o que aumenta a percepção de valor agregado ao artefato e estende, ao proprietário, a atribuição de poder adquirir e manter este valor.
Mas não se pode esquecer das propriedades sensoriais, que pertencem a um outro universo perceptivo, no campo estético. Cores, padrões, texturas – que as rochas oferecem em grande variedade – desencadeiam uma infinidade de informações e possibilidades de interpretação sobre os objetos de que são feitos.

Quais os principais eventos do setor de arquitetura e decoração que as empresas de rochas precisam estar presentes?
Uma dificuldade quase intransponível é a fidelidade na reprodução das sensações provocadas pelas rochas ornamentais através dos meios de comunicação. No máximo, e com um controle rigoroso, será possível reproduzir satisfatoriamente suas cores. Mas uma escala de comparação entre os padrões visuais será quase impossível e, evidentemente, a textura das superfícies não pode ser comunicada, a não ser por contato direto.
Assim, os eventos em que as rochas ornamentais possam estar ao alcance dos olhos e das mãos do público consumidor e profissional são altamente estratégicos para as empresas do setor, como exposições temáticas, com ambientes em escala real, exposições técnicas, com amostras expostas, e, porque não, inauguração de obras importantes, principalmente as públicas, em que as rochas estejam aplicadas de modo representativo das suas qualidades.

O reaproveitamento de materiais, antes de ser uma tendência, é um caminho para a sustentabilidade. O setor vidreiro, por exemplo, consegue aproveitar até 100% de uma folha de vidro. As empresas do setor de rochas estão preparadas para atendê-los neste sentido?
O caráter artesanal ainda permeia fortemente a cadeia produtiva do setor de rochas ornamentais. Isso tem o lado negativo da falta de controle inerente ao artesanato, em que as perdas são maiores, mais resíduos são gerados e assim por diante. A gestão de qualidade – principalmente a automação – da cadeia produtiva, nos segmentos de extração e beneficiamento, é uma tendência que precisa ser incrementada, para melhorar o desempenho da atividade, inclusive em suas implicações sobre o meio-ambiente.
Por outro lado, na ponta da aplicação do material, o caráter artesanal pode abrir espaço para o reaproveitamento. O emprego dos chamados casquilhos em revestimentos, o uso de retalhos retangulares de rochas variadas – principalmente em pavimentações externas – e, ao sabor das tendências da moda, o bom mosaico de retalhos irregulares são possibilidades que se somam às muitas outras não diretamente ligadas à construção civil, e que contribuem significativamente para a eficiência no aproveitamento dos bens extraídos da natureza.

Como as empresas de rochas podem trabalhar o design agregando valor aos produtos, para ampliar sua aplicação?
Esse caráter artesanal do segmento de rochas não foge à regra de todo o setor da construção civil brasileira, que ainda engatinha no que diz respeito à industrialização.Praticamente tudo numa obra é feito sob medida, quase sempre para uma aplicação única. Mesmo que este elemento venha a se repetir exatamente, em outra obra, nada existe para tirar proveito da economia inerente à repetição modulada.
Assim, o esforço na criação de produtos industriais padronizados ocorre isoladamente, em cada setor. Creio que as iniciativas de cada segmento são válidas e devem ser incentivadas sempre. Com as rochas ornamentais, o próprio mercado já tem alguns ‘conceitos de produto’, como revestimentos para piso e parede, casquilhos e mosaicos, que podem receber modulação dimensional.
Poderíamos pensar no conceito de frisos e molduras, com desenhos padronizados e modulados dimensionalmente, e, num estágio mais avançado, até mesmo na padronização de desenho e modulação de bancadas, mesas e assemelhados. Este último estágio, no entanto, dependeria da integração dimensional dos demais segmentos da construção, o que só pode ser obtido com um grau de organização deste setor produtivo, ainda desconhecido em nosso país. Há todo um caminho a percorrer. E o quanto antes começarmos, melhor.

Vemos que a internet se tornou uma excelente ferramenta na busca de informações sobre materiais e empresas fornecedoras. Para você, o que uma empresa de rochas precisa ter em seu site para aproximar e até mesmo “fidelizar” um arquiteto?
O conjunto básico de informações – cores, padrões e texturas, ressalvadas as impossibilidades – deve estar disponível de modo rápido e preciso, com especial atenção à nomenclatura das rochas e seus diferentes acabamentos e formatos. Os dados técnicos sobre o desempenho, a aplicação e a manutenção de cada produto também devem estar claramente descritos, com a mesma atenção à uniformidade das informações. Não apenas com relação à internet, esta fidelização tem três frentes de atuação: organizar de modo sistemático o conjunto de informações; disponibilizar estas informações de modo francamente acessível e compatibilizar a recepção das encomendas com os meios digitais empregados nos projetos.

Finalizando, como as empresas e marmorarias podem aumentar a aproximação com os arquitetos?
A presença das informações sobre um material no cotidiano dos profissionais é o principal fator da sua aceitação como escolha preferida para cada aplicação. Conhecer este cotidiano, para saber como estar presente nele, é uma tarefa para qualquer setor de materiais de acabamento.
Cada vez mais a internet é o meio empregado para obter, de modo rápido e preciso, as informações que subsidiam o projeto de arquitetura. Mas, como vimos, há dificuldades intransponíveis, que só podem ser contornadas com o contado direto dos especificadores com os materiais, e é preciso descobrir em que ocasiões este contato pode ser proporcionado.
As exposições temáticas e técnicas, ao lado da publicidade postal, convencional ou digital sempre serão canais a explorar ao máximo. Mas lembramos que as obras referenciais, com grande destaque na comunidade e/ou grande afluxo de público, deveriam ser mais exploradas como fonte de informação sobre os materiais nelas empregados. Arquitetos sempre observam os ambientes com olhos profissionais. E saber, pela imprensa ou pelo correio, qual é a especificação e o fornecedor dos materiais empregados numa obra importante, completa aquele contato direto, essencial no caso das rochas ornamentais.

Produtores de rochas dão início a feira para "medir o mercado"

Extraído do site Folha Vitória
Atualizado em 10/02/2009 às 13h04 - Folha Vitória

Os produtores de rochas ornamentais do Espírito Santo dão início, nesta terça-feira (10), a mais uma Feira Internacional do Mármore e do Granito, a Vitória Stone Fair. Será a primeira após o desencadeamento da crise financeira internacional, em setembro passado. O evento deve servir de termômetro para os empresários.
"A feira nos dará uma sinalização forte de como estará o mercado e de como serão os negócios neste ano", destacou o presidente do Sindicato da Indústria de Rochas do Espírito Santo (Sindirochas), Áureo Vianna Mameri.
A expectativa do presidente do Centro de Tecnologia do Mármore e Granito (Cetemag), Emic Malacarne Costa, é que a feira propicie o contato dos empresários com compradores de outros mercados, minimizando os impactos da crise.
"Mesmo com a crise, esperamos bons negócios para todas as empresas. Nossa expectativa é que outros mercados, como o europeu e o asiático, dêem continuidade ao processo de movimentação da cadeia de rochas", avaliou.
Cecília Milaneze, diretora da empresa que realiza o evento, destaca que a Vitória Stone Fair é um canal de aproximação entre diferentes mercados. "A participação em eventos como este num momento de cenário econômico adverso contribui para que as empresas identifiquem novos caminhos e tendências, direcionando seus produtos e serviços e buscando novos posicionamentos no mercado", observou.
O Espírito Santo concentra 90% do parque industrial brasileiro de extração de rochas ornamentais e responde por 87% das exportações de chapas polidas do país. Em 2008, as exportações capixabas de rochas somaram quase US$ 630 milhões.
A feira
A feira é a maior do setor na América Latina e um dos dez maiores eventos setoriais do país, tendo como objetivos incentivar o uso de rochas ornamentais brasileiras, criar um espaço para a realização de negócios e parcerias, difundir inovações tecnológicas, promover o marketing do setor no país e no exterior e ampliar as exportações, sobretudo de produtos acabados e com maior valor agregado.
Além disso, reúne especialistas do setor de rochas ornamentais de todo o mundo e favorece o intercâmbio de informações entre o Brasil e outros países. São 350 expositores distribuídos em cerca de 30 mil metros quadrados de área e estandes elaborados e que vão mostrar a aplicabilidade das rochas na decoração e na construção civil, além de máquinas, ferramentas, insumos e novos processos de gestão.