Nos EUA, lá pelos meados do século XIX, por volta de 1848, começou a histórica “Corrida do Ouro”, provocada pela descoberta de jazidas do precioso metal na Califórnia. A chamada “Febre do Ouro” ultrapassou todas as fronteiras americanas, chegando a atrair para o entorno de uma vila chamada San Francisco mais de 300 mil estadunidenses, milhares de sul-americanos, árabes, europeus, asiáticos e australianos, a ponto de, no ano seguinte, aquele estado americano estar lotado de italianos, ingleses, alemães, franceses, mexicanos, chilenos, brasileiros, espanhóis, filipinos, chilenos, turcos, libaneses etc.
Dessa multidão, nem todos tinham o intuito precípuo de garimpar ouro, já que nesse meio havia pesquisadores, comerciantes, mecânicos, mascates, farmacêuticos, dentistas práticos, religiosos, professores, médicos, músicos, ferreiros, enfim, uma enorme gama de outros profissionais e aventureiros, todos movidos pela oportunidade de dar suporte à fenomenal atividade. Ali transitava muita gente, muito ouro, muitos dólares.
Passada a fase febril, muitos estavam ricos, outros na miséria e San Francisco cresceu tão rapidamente que, de pequena vila, em pouco tempo tornou-se uma próspera e bela cidade. Em resumo, a história é mais ou menos essa.
No Espírito Santo, Brasil, lá pelos meados do século XX, em 1957, começou a “Corrida do Mármore”. O fenômeno, que ganhou fama apenas cinquenta anos depois de iniciada, derivou do sucesso da primeira extração de blocos de mármore na localidade de Prosperidade, distrito de Vargem Alta, município de Cachoeiro de Itapemirim. Embora a região fosse rica em calcário, que já era extraído para o fabrico de cal e cimento, o que realmente propiciou grande correria às jazidas foi o mármore, que até hoje continua com alto apreço e bom preço.
Dos que participaram dessa corrida, muitos persistiram, outros desistiram, poucos, acho eu, ficaram ricos ou remediados. Empresas faliram, outras nasceram. Cachoeiro, além de consolidar seu nome internacionalmente teve um grande desenvolvimento. Vargem Alta, por sua vez, virou um próspero município com imensas jazidas de mármore e calcário.
Os que persistiram, buscaram trazer inovações para atividade, o que marcou o início à nova corrida, que data dos anos 1970, quando os pioneiros, agora com grande experiência no mármore, partiram para pesquisa e extração de granitos. Descobriram granitos em Alegre, Mimoso do Sul, Cachoeiro, Vargem Alta, Castelo, Rio Novo do Sul, Iconha e outros municípios do sul do Estado. Atravessaram a seguir o Rio Doce, onde foram descobertas riquíssimas jazidas. Isso gerou tão desenfreada correria para requerer áreas, que em pouco tempo o Estado ficou coberto de pedidos de pesquisa e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) superlotado de processos para analisar.
O congestionamento provocado no DNPM dura até hoje, porque o Departamento contava, como conta até hoje, com efetivo muito aquém do necessário. Além disso, houve uma grande falta de critério e até de bom senso por parte de muitos que, na ânsia de ganhar dinheiro, apresentavam projetos inadequados, requeriam imensas áreas com grande potencial, apenas para negociá-las posteriormente em fatias.
Como resultado, áreas promissoras ficaram nas mãos de quem não tinha qualquer relação com a mineração, mas muito com especulação; áreas de até 2.000 hectáres, que recobriam imensas jazidas de argila e areia eram requeridas para fosfato e, tinham assim, impedida sua exploração. As consequências foram drásticas e, a parte mais penalizada foi os mineradores de fato.
Mas, apesar de todo esse imbróglio, graças à seriedade e à vontade férrea da maioria dos empresários, o setor de rochas cresceu e cresceu muito, mesmo com todas as topadas e freadas acontecidas durante a longa caminhada. Devido aos granitos, Nova Venécia, Vila Pavão, Barra de São Francisco, Baixo Guandu, Ecoporanga, São Gabriel da Palha, São Domingos do Norte e outros municípios da região, viveram grande euforia, tiveram um grande desenvolvimento e prosperidade, e seus nomes e suas rochas tornaram-se conhecidas mundialmente.
E essa é apenas parte da história de uma corrida, que ainda não terminou.
Dessa multidão, nem todos tinham o intuito precípuo de garimpar ouro, já que nesse meio havia pesquisadores, comerciantes, mecânicos, mascates, farmacêuticos, dentistas práticos, religiosos, professores, médicos, músicos, ferreiros, enfim, uma enorme gama de outros profissionais e aventureiros, todos movidos pela oportunidade de dar suporte à fenomenal atividade. Ali transitava muita gente, muito ouro, muitos dólares.
Passada a fase febril, muitos estavam ricos, outros na miséria e San Francisco cresceu tão rapidamente que, de pequena vila, em pouco tempo tornou-se uma próspera e bela cidade. Em resumo, a história é mais ou menos essa.
No Espírito Santo, Brasil, lá pelos meados do século XX, em 1957, começou a “Corrida do Mármore”. O fenômeno, que ganhou fama apenas cinquenta anos depois de iniciada, derivou do sucesso da primeira extração de blocos de mármore na localidade de Prosperidade, distrito de Vargem Alta, município de Cachoeiro de Itapemirim. Embora a região fosse rica em calcário, que já era extraído para o fabrico de cal e cimento, o que realmente propiciou grande correria às jazidas foi o mármore, que até hoje continua com alto apreço e bom preço.
Dos que participaram dessa corrida, muitos persistiram, outros desistiram, poucos, acho eu, ficaram ricos ou remediados. Empresas faliram, outras nasceram. Cachoeiro, além de consolidar seu nome internacionalmente teve um grande desenvolvimento. Vargem Alta, por sua vez, virou um próspero município com imensas jazidas de mármore e calcário.
Os que persistiram, buscaram trazer inovações para atividade, o que marcou o início à nova corrida, que data dos anos 1970, quando os pioneiros, agora com grande experiência no mármore, partiram para pesquisa e extração de granitos. Descobriram granitos em Alegre, Mimoso do Sul, Cachoeiro, Vargem Alta, Castelo, Rio Novo do Sul, Iconha e outros municípios do sul do Estado. Atravessaram a seguir o Rio Doce, onde foram descobertas riquíssimas jazidas. Isso gerou tão desenfreada correria para requerer áreas, que em pouco tempo o Estado ficou coberto de pedidos de pesquisa e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) superlotado de processos para analisar.
O congestionamento provocado no DNPM dura até hoje, porque o Departamento contava, como conta até hoje, com efetivo muito aquém do necessário. Além disso, houve uma grande falta de critério e até de bom senso por parte de muitos que, na ânsia de ganhar dinheiro, apresentavam projetos inadequados, requeriam imensas áreas com grande potencial, apenas para negociá-las posteriormente em fatias.
Como resultado, áreas promissoras ficaram nas mãos de quem não tinha qualquer relação com a mineração, mas muito com especulação; áreas de até 2.000 hectáres, que recobriam imensas jazidas de argila e areia eram requeridas para fosfato e, tinham assim, impedida sua exploração. As consequências foram drásticas e, a parte mais penalizada foi os mineradores de fato.
Mas, apesar de todo esse imbróglio, graças à seriedade e à vontade férrea da maioria dos empresários, o setor de rochas cresceu e cresceu muito, mesmo com todas as topadas e freadas acontecidas durante a longa caminhada. Devido aos granitos, Nova Venécia, Vila Pavão, Barra de São Francisco, Baixo Guandu, Ecoporanga, São Gabriel da Palha, São Domingos do Norte e outros municípios da região, viveram grande euforia, tiveram um grande desenvolvimento e prosperidade, e seus nomes e suas rochas tornaram-se conhecidas mundialmente.
E essa é apenas parte da história de uma corrida, que ainda não terminou.
Rubens Puppin
Geólogo do Sindirochas