Extraído do site Exame.com
Sem aumento | 19/07/2012 10:47
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São Paulo - A maioria dos gestores sabe que, se seus funcionários estão
felizes, eles também são mais produtivos. O desafio é como fazê-los felizes
mesmo em cenários em que palavras como promoções e aumentos são abolidas
temporariamente do dicionário da empresa.
De que maneira realista, então, é possível
ter uma equipe formada por pessoas otimistas e contentes com o que fazem?
Fátima Motta, professora doutora do Núcleo de Estudos e Negócios em
Desenvolvimento de Pessoas da ESPM, explica como chegar lá por meio de 3
caminhos bem simples:
Foque menos nos resultados e
mais nas pessoas
Por falta de tempo, e algumas vezes de
amadurecimento para gerir pessoas, é comum que os líderes
de equipes deixem de lado seus funcionários e passem a controlar apenas os
números, métricas e resultados. Um investimento que pode trazer retornos
rápidos, mas nem um pouco sustentáveis a longo prazo.
“É preciso que os gestores entendam que
conhecer suas habilidades, bem como as dos membros de sua equipe, é o maior
investimento que ele pode fazer para conseguir os resultados exigidos pela
empresa e para ele se desenvolver como líder”, diz Fátima.
Saiba onde eles querem chegar e
diga como
Sem conhecer sua equipe, grande parte dos
gestores peca em não alinhar as expectativas da empresa com a de seus
funcionários. Mas como cada profissional do time tem um sonho, um objetivo
profissional, é preciso que os gestores conheçam bem essas pessoas para saber
como ajudá-las a chegar onde elas querem e, assim, cumprir sua missão de
desenvolvê-las, com base no desempenho e nas metas individuais delas.
“O gestor precisa mostrar a ela quais
competências ela precisa desenvolver, no que ela precisa melhorar e onde já
avançou para chegar a esse objetivo”, afirma a professora. “Sabendo que há um
caminho claro para crescer na empresa, o funcionário se sente motivado
a perseguir seus sonhos, fazer o seu melhor”, diz ela. Essa troca só faz
sentido se a empresa ou a área tiver regras claras e justas de desempenho e
também se houver espaço para que os funcionários falem abertamente sobre o
assunto.
Incentive o cooperativismo
Muitas empresas preferem avaliar os
funcionários por meio de metas individuais, sem pensar no risco de instaurar um
clima de guerra interna. “Os objetivos individuais não motivam o trabalho em
grupo”, diz Fátima.
O ideal, segundo ela, é que o gestor
estabeleça objetivos mistos para fazer com que a equipe entenda que é preciso
ter a colaboração de todos para chegar às metas. Assim, em vez de favorecer
apenas os que cumprem o estabelecido custe o que custar, o líder consegue
avaliar também os que cumprem seus objetivos, sem deixar de ajudar os demais
colegas a atingirem os resultados – que, afinal, é da área como um todo.
“Quando a pessoa faz parte de uma equipe mais
agradável, mais leve e unida, é fato que as pessoas se comprometem mais e
também se sentem mais felizes. Excesso de medo só atrapalha o profissional e,
por consequência, o gestor e a empresa”, afirma a professora.