domingo, 23 de outubro de 2011

Mercado interno é o caminho das pedras

Extraído do site da Revista Inforochas

Com cenário internacional conturbado, setor de rochas se volta para o consumo doméstico, grande protagonista de 2011

O ano de 2011 veio com prenúncio de recuperação acelerada para o mercado global, definitivamente afastado da sombra da crise de 2008. O mundo se viu, porém, diante de uma nova turbulência tendo como os dois principais focos a Europa e os Estados Unidos. Para o setor de rochas, significativamente influenciado pelos rumos do cenário internacional, o novo revés representou assumir desafios ainda maiores na defesa de seu território. Agora, passados os três primeiros trimestres de 2011, fica a pergunta: o que esperar de 2012 com esse panorama já traçado e consolidado? E ainda: qual o balanço do segmento deste ano, que entra em sua reta final?

Com a palavra, os representantes das entidades ligados ao setor. Na avaliação do superintendente do Sindirochas, Romildo Tavares, a recuperação observada em 2010 prosseguiu em 2011 de forma mais tímida, sem grandes avanços de volumes e valores para o mercado externo. “No entanto, o mercado interno teve um desempenho mais acentuado, que segue uma tendência de alta, pois ainda não sentiu os efeitos de forma contundente da crise no exterior”, comentou Romildo, apontando como termômetros para esta avaliação os saldos da Cachoeiro Stone Fair e a Vitória Stone Fair. “Tivemos grande presença de profissionais do setor, de empresários, de grandes lojas, construtoras, depósitos em todas as áreas do Brasil. Outro parâmetro foram os comentários e manifestações de otimismo da indústria nacional”.

O superintendente também destaca a baixa oferta de blocos como parte da realidade no cenário atual, já que a mineração não consegue atender às demandas na mesma velocidade de sua produção. “Por um lado, isso é um fator positivo pois significa que há mercado comprador, as indústrias. Por outro, é natural alguma preocupação pois a falta de oferta, em parte, é decorrente da quantidade elevada de jazidas que não podemos operar, por falta de licenciamento ambiental adequado”.

O presidente do Sindirochas, Emic Malacarne, também aponta o mercado interno como um grande impulsionador do setor. “Nosso crescimento está estável. Apesar de não ter sido grande, foi o suficiente para mantermos aquecida a indústria de rochas”, comentou.

Para ele, as obras de infraestrutura para Copa de 2014 e as Olimpíadas, serão fortes incentivadoras para o segmento em 2012 pois o próximo ano será determinante para esses projetos. “E não poderia deixar de falar do crescimento da nova classe média, um novo mercado de consumo. A expectativa é de aumento de vendas de mármore e granito para esse público”.

Crescimento abaixo das expectativas

Os cálculos iniciais do Centrorochas estimavam um crescimento de 10% no volume de exportações este ano, previsão que não foi confirmada, conforme ressalta a superintendente da entidade, Olívia Tirello. Os índices parciais, até agosto, estão bem aquém: 4,35% para o Brasil e 3,31% para o Estado.

“Pode ser que tenhamos uma surpresa nos próximos meses para melhorar a performance e consigamos atingir esse objetivo”, afirmou ela, que chegou recentemente da Marmomacc, feira realizada em Verona, na Itália, onde pôde acompanhar in loco o clima econômico tenso na Europa. “Vimos que a crise domina fortemente a Europa. É uma questão mais política do que econômica, mas que gera insegurança porque as empresas não têm uma posição muito definida do governo. E se as empresas não têm segurança, elas evitam fazer investimentos”, explica.

Olívia não vê com otimismo uma recuperação a curto prazo no exterior, devido ao mar de indefinição internacional. “Se não houver nenhuma atitude do governo federal para melhorar os problemas industriais, se não tiver uma melhoria dos gastos públicos, a gente entende também que a economia nacional pode ser prejudicada. Se mantivermos o que já conseguimos já é lucro. Temos de ser muito realistas”.

“Recentemente, houve uma valorização do dólar em relação ao real, os empresários estavam gritando tanto que parece que o governo deu um sopro e aí o câmbio deu uma subida. É como se fosse um sopro, não sabemos. Como trabalhar com uma expectativa dessas? Quem vai comprar máquina lá fora sem saber se o dólar vai ter uma alta ou um retrocesso?”, questionou.

Um comentário:

Vermelho Romano disse...

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Obrigado.