Pé no chão e olhos para cima. É assim que o meio empresarial do setor de rochas está vendo o futuro, após sofrer um período de turbulência com a crise imobiliária e econômica norte-americana.
Isso porque, devido ao esfriamento do seu maior mercado consumidor, o segmento se viu forçado a empreender uma série de mudanças internas, como a maior profissionalização e apostas em mercados não tradicionais, além de finalmente despertar para o mercado interno, até então dominado por indústrias de outros tipos de revestimento.
Mais próximo dos especificadores, o setor de rochas tem se beneficiado do ritmo acelerado de crescimento da construção civil.
“O setor melhorou muito. Temos hoje uma visão mais realista dos mercados mundial e interno e o nivelamento das empresas está sendo feito por cima. Além disso, é cada vez maior o número de empresas e empresários conhecidos e reconhecidos pelo uso das melhores práticas de gestão”, avalia a superintendente do Centrorochas, Olívia Tirello.
O empresário Cláudio Sandrini, da Pemagran, compartilha dessa opinião otimista, ao mesmo tempo em que se mostra cauteloso com relação ao que poderá acontecer nos próximos anos.
“A construção civil nacional vem tendo um ótimo desempenho, mesmo durante a crise. O consumo interno de rochas tem se mantido aquecido, e temos ainda a Copa do Mundo no Brasil, que vai aquecer ainda mais o mercado. No que diz respeito ao mercado externo, principalmente o americano, o primeiro semestre deste ano teve um aquecimento, o segundo se manteve estável. A expectativa é de que em 2011 tenhamos um panorama estabilizado”, acredita.
Já para a empresa Decolores, o ano de 2010 foi de ajustes e, para 2011, a previsão é que seja um período de maior consolidação para o setor e de busca pelo equilíbrio financeiro, não significando maior volume de vendas.
Se para algumas empresas o presente ano está sendo para ajustes, outras estão utilizando este tempo para pensar em novas estratégias de mercado.
É o caso da Pabmar, que por sempre ter trabalhado com o mercado interno, não sofreu muito os efeitos da crise americana.
“O ano de 2010 foi muito bom para a nossa empresa e para 2011 planejamos investir ainda mais em tecnologia e aumento da nossa cartela de produtos visando principalmente às grandes obras da Copa e das Olimpíadas. Também vamos investir mais no mercado do Norte e Nordeste”, afirma o diretor da empresa, Ademir Silva Pacheco, ressaltando que está sentindo um otimismo cada vez maior no meio empresarial do setor de rochas.
“Alguns colegas do setor que sofreram muito nos últimos dois, três anos, já estão se animando novamente. Além disso, eles aprenderam que o mercado interno não deve ser visto apenas como alternativa”, relata.
2010: ano de retomada
A economia capixaba é altamente dependente do setor externo e, particularmente para o setor de mármore e granito, a recomendação é desenvolver ações estratégicas com o objetivo de diversificar o seu mercado, olhando com mais atenção a demanda interna, segundo avaliação do economista Mario Vasconcelos.
Ele afirma que, para 2011, as empresas podem ter boas expectativas, uma vez que houve um incremento das exportações.
Segundo dados do Centrorochas, em 2006 o Espírito Santo exportou 1.466.381 toneladas de rochas, totalizando US$ 679.917.111. No ano seguinte, o peso total exportado foi de 1.440.834 toneladas, contabilizando US$ 726.070.341. De um ano para outro, isso representou uma variação no peso total exportado de -1,74%.
Em 2008, o Estado teve um faturamento de US$ 630.015.223 com as exportações de rochas, totalizando 1.123.849 toneladas. Em 2009, o faturamento foi de US$ 490.352.612, um total de 990.831 toneladas. Os números mostram que de 2008 para 2009 houve uma queda de 11,84% no peso total exportado, assim como uma queda de 22,17% no valor faturado.
Já em 2010, com a economia voltando a acelerar, o setor já contabiliza de janeiro a setembro 1.037.723 toneladas de rochas exportadas, um total de US$ 517.046.513.
Investimentos em logística
Outro ponto que não deve ser esquecido pelos empresários se refere aos gargalos logísticos do Estado. Tanto a estrutura portuária como rodoviária e ferroviária no Espírito Santo são motivos de muita preocupação para o setor.
“Temos hoje os mesmos problemas que tínhamos em anos anteriores, agravados pelo tempo”, ressalta a superintendente do Centrorochas, Olívia Tirello.
“A dragagem do Porto de Vitória, que finalmente teve sua licitação feita, teve essa mesma licitação questionada pelo Tribunal de Contas da União. A sinalização do porto também é outra preocupação. O que parecia ser simples de resolver vem se arrastando sem solução à vista”, preocupa-se. Olívia lembra ainda do processo de privatização da BR-101, caracterizada por pistas estreitas e esburacadas ao longo de toda a extensão do Estado.
Quanto à questão ferroviária, na sua opinião, é a que melhor tem se desenvolvido. “Apesar da falta de condições de atendimento à demanda, a Vale tem apresentado boa capacidade de análise e solução dos problemas que o transporte de blocos enfrenta. Temos participado de discussões muito construtivas e vemos que em médio prazo talvez tenhamos boa melhora no transporte pela ferrovia”, finaliza a superintendente.
Quase R$ 7 bilhões para Cachoeiro
O Plano Estratégico 2025 do governo do Espírito Santo é outra iniciativa que visa proporcionar melhorias logísticas para as empresas do setor de rochas ornamentais, principalmente na região Sul capixaba.
O documento aponta que a microrregião do Polo de Cachoeiro está entre as quatro microrregiões que mais receberão investimentos no Estado no período 2009-2014, cerca de R$ 6,9 bilhões.
A microrregião se destaca pela previsão de implantação de um complexo portuário somado a três usinas de pelotização e um mineroduto, além de um porto de águas profundas.
Outros investimentos de relevância são a construção de parte da Ferrovia Litorânea Sul e a duplicação e recuperação da malha viária da região, agilizando o escoamento das mercadorias e reduzindo os custos, principalmente relacionados ao frete e à manutenção dos veículos de transporte.
Isso porque, devido ao esfriamento do seu maior mercado consumidor, o segmento se viu forçado a empreender uma série de mudanças internas, como a maior profissionalização e apostas em mercados não tradicionais, além de finalmente despertar para o mercado interno, até então dominado por indústrias de outros tipos de revestimento.
Mais próximo dos especificadores, o setor de rochas tem se beneficiado do ritmo acelerado de crescimento da construção civil.
“O setor melhorou muito. Temos hoje uma visão mais realista dos mercados mundial e interno e o nivelamento das empresas está sendo feito por cima. Além disso, é cada vez maior o número de empresas e empresários conhecidos e reconhecidos pelo uso das melhores práticas de gestão”, avalia a superintendente do Centrorochas, Olívia Tirello.
O empresário Cláudio Sandrini, da Pemagran, compartilha dessa opinião otimista, ao mesmo tempo em que se mostra cauteloso com relação ao que poderá acontecer nos próximos anos.
“A construção civil nacional vem tendo um ótimo desempenho, mesmo durante a crise. O consumo interno de rochas tem se mantido aquecido, e temos ainda a Copa do Mundo no Brasil, que vai aquecer ainda mais o mercado. No que diz respeito ao mercado externo, principalmente o americano, o primeiro semestre deste ano teve um aquecimento, o segundo se manteve estável. A expectativa é de que em 2011 tenhamos um panorama estabilizado”, acredita.
Já para a empresa Decolores, o ano de 2010 foi de ajustes e, para 2011, a previsão é que seja um período de maior consolidação para o setor e de busca pelo equilíbrio financeiro, não significando maior volume de vendas.
Se para algumas empresas o presente ano está sendo para ajustes, outras estão utilizando este tempo para pensar em novas estratégias de mercado.
É o caso da Pabmar, que por sempre ter trabalhado com o mercado interno, não sofreu muito os efeitos da crise americana.
“O ano de 2010 foi muito bom para a nossa empresa e para 2011 planejamos investir ainda mais em tecnologia e aumento da nossa cartela de produtos visando principalmente às grandes obras da Copa e das Olimpíadas. Também vamos investir mais no mercado do Norte e Nordeste”, afirma o diretor da empresa, Ademir Silva Pacheco, ressaltando que está sentindo um otimismo cada vez maior no meio empresarial do setor de rochas.
“Alguns colegas do setor que sofreram muito nos últimos dois, três anos, já estão se animando novamente. Além disso, eles aprenderam que o mercado interno não deve ser visto apenas como alternativa”, relata.
2010: ano de retomada
A economia capixaba é altamente dependente do setor externo e, particularmente para o setor de mármore e granito, a recomendação é desenvolver ações estratégicas com o objetivo de diversificar o seu mercado, olhando com mais atenção a demanda interna, segundo avaliação do economista Mario Vasconcelos.
Ele afirma que, para 2011, as empresas podem ter boas expectativas, uma vez que houve um incremento das exportações.
Segundo dados do Centrorochas, em 2006 o Espírito Santo exportou 1.466.381 toneladas de rochas, totalizando US$ 679.917.111. No ano seguinte, o peso total exportado foi de 1.440.834 toneladas, contabilizando US$ 726.070.341. De um ano para outro, isso representou uma variação no peso total exportado de -1,74%.
Em 2008, o Estado teve um faturamento de US$ 630.015.223 com as exportações de rochas, totalizando 1.123.849 toneladas. Em 2009, o faturamento foi de US$ 490.352.612, um total de 990.831 toneladas. Os números mostram que de 2008 para 2009 houve uma queda de 11,84% no peso total exportado, assim como uma queda de 22,17% no valor faturado.
Já em 2010, com a economia voltando a acelerar, o setor já contabiliza de janeiro a setembro 1.037.723 toneladas de rochas exportadas, um total de US$ 517.046.513.
Investimentos em logística
Outro ponto que não deve ser esquecido pelos empresários se refere aos gargalos logísticos do Estado. Tanto a estrutura portuária como rodoviária e ferroviária no Espírito Santo são motivos de muita preocupação para o setor.
“Temos hoje os mesmos problemas que tínhamos em anos anteriores, agravados pelo tempo”, ressalta a superintendente do Centrorochas, Olívia Tirello.
“A dragagem do Porto de Vitória, que finalmente teve sua licitação feita, teve essa mesma licitação questionada pelo Tribunal de Contas da União. A sinalização do porto também é outra preocupação. O que parecia ser simples de resolver vem se arrastando sem solução à vista”, preocupa-se. Olívia lembra ainda do processo de privatização da BR-101, caracterizada por pistas estreitas e esburacadas ao longo de toda a extensão do Estado.
Quanto à questão ferroviária, na sua opinião, é a que melhor tem se desenvolvido. “Apesar da falta de condições de atendimento à demanda, a Vale tem apresentado boa capacidade de análise e solução dos problemas que o transporte de blocos enfrenta. Temos participado de discussões muito construtivas e vemos que em médio prazo talvez tenhamos boa melhora no transporte pela ferrovia”, finaliza a superintendente.
Quase R$ 7 bilhões para Cachoeiro
O Plano Estratégico 2025 do governo do Espírito Santo é outra iniciativa que visa proporcionar melhorias logísticas para as empresas do setor de rochas ornamentais, principalmente na região Sul capixaba.
O documento aponta que a microrregião do Polo de Cachoeiro está entre as quatro microrregiões que mais receberão investimentos no Estado no período 2009-2014, cerca de R$ 6,9 bilhões.
A microrregião se destaca pela previsão de implantação de um complexo portuário somado a três usinas de pelotização e um mineroduto, além de um porto de águas profundas.
Outros investimentos de relevância são a construção de parte da Ferrovia Litorânea Sul e a duplicação e recuperação da malha viária da região, agilizando o escoamento das mercadorias e reduzindo os custos, principalmente relacionados ao frete e à manutenção dos veículos de transporte.
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