quarta-feira, 29 de abril de 2009

Perguntar não ofende

Extraído do site da Revista Inforochas

Muitas vezes, eu gasto horas e mais horas pensando na mineração do Espírito Santo. Dentro da Federação, o Estado ocupa uma área de 46.077,519 km². É maior apenas que Alagoas, Sergipe, Rio de Janeiro e Distrito Federal, sendo 35 vezes menor que o Amazonas e 13 vezes menor que Minas Gerais.
O Espírito Santo é, disparado, o maior produtor de rochas ornamentais do Brasil, mundialmente conhecidas. Além de mármores e granitos, o Estado possui reservas de água mineral, algas calcárias, areia, argila, bauxita, calcário, calcita, cascalho, caulim, conchas calcárias, dolomito, feldspato, ilmenita, manganês, quartzito, quartzo, rochas (britadas), titânio, petróleo etc. São em torno de 20 tipos de substâncias minerais, das quais a maioria não está sendo lavrada.
Minas Gerais que, segundo Noel Rosa, “(...) Minas dá leite e a Vila Isabel dá samba” deve seu nome às suas riquezas minerais. Cuida e tem orgulho de suas enormes reservas e de ser o maior produtor mineral do Brasil.
Dentro dos seus 586.528,293 km², existem milhares de lavras donde são extraidos agalmatolito, água marinha, água mineral, ambligonita, ardósia, areia, argilas, barita, bauxita, berilo, cádmio, calcário, cascalho, cassiterita, caulim, chumbo, cianita, cobre, columbita, corindon, cromo, diamante, dolomito, enxofre, esmeralda, espodumênio, feldspato, ferro, filito, fosfato, grafita, granitos ornamentais, ilmenita, leucita, lítio, manganês, mármores ornamentais, mica, monazita, nefelina-sienito, nióbio, níquel, ocre, ouro, petalita, pirocloro, pirofilita, potássio, prata, quartzito ornamental, quartzito, quartzo, rochas (britadas), rochas ornamentais, rubi, rutilo, safira, serpentinito industrial, sílex, talco, tantalita, tântalo, terras-raras, titânio, topázio, turfa, turmalina, zircão e diversos outros, incluindo pedras preciosas.
São mais de 70 tipos de substâncias minerais, com exemplares expostos e vários museus. E viva Minas Gerais!
O Estado do Amazonas, com 1.570.745,680 km², tem jazidas de água mineral, areia, argila, calcário, cascalho, cassiterita, caulim, columbita, ferro, gipsita, nióbio, ouro, potássio, rochas britadas, tantalita e algumas outras.
Essas constatações, comparações e todos esses nomes esquisitos, cultura inútil para alguns, têm algumas finalidades, dentre elas:• Lembrar que esse monte de minerais são onipresentes no planeta e no nosso cotidiano, em remédios, alimentos, adubos, fertilizantes, papéis, móveis, imóveis, lápis, construções civis, abrigos, hospitais, meios de locomoção, calçamento de ruas e estradas, máquinas etc, inclusive em canetas e blocos de multas;
• Dizer que todo o progresso que ocorreu neste velho mundo foi devido aos minerais, caso contrário ainda estaríamos na Idade Média, puxando arado de madeira. Era em que a terceira idade terminava aos 30 anos. Hoje, graças a Deus e à Medicina (= 99% remédios = substâncias minerais), a Terceira Idade (êta nome brabo!), também chamada de Melhor Idade, começa aos 65 anos e não tem prazo para terminar, espero que continue assim;
• Mostrar que a mineração é um bem que deve ser incentivado e não um mal necessário, como preconizado por atuantes e ignorantes radicais de plantão. A extração do petróleo Pré-Sal, por exemplo, é do maior interesse do governo do Estado e do Brasil.
O Espírito Santo é pequeno, tem uma geologia descomplicada e pouca variedade de minerais, mas é riquíssimo em rochas ornamentais, cujo parque industrial é de primeiríssimo mundo, mas... meio discriminado pelos próprios capixabas.
Como perguntar não ofende, pergunto: Será que não dá para descomplicar a concessão de lavras e do licenciamento ambiental?
Será que o setor não merece uma secretaria de pequeno porte ou um departamento para gerenciar, intermediar, agilizar, enfim, se interessar pelo aproveitamento de nossas jazidas?
Será que toda aquela beleza mostrada nas Stone Fair vai para o fundo do baú, em revistas sem capas de salas de espera?
Enfim, será que todos os minerais, incluindo as rochas ornamentais, não merecem um museu à altura de sua fama na terceira Capital mais antiga (458 anos bem vividos) do Brasil?
Com a palavra as secretarias de Cultura e de Turismo.

Rubens Puppin
Geólogo do Sindirochas

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