sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Como surge o nome comercial das rochas naturais

Abaixo, matéria extraída do site da Revista Rochas de Qualidade



A maioria dos nomes das rochas naturais são formados por um conjunto de fatores que contemplam diversas características, como a origem genética da formação geológica e em seguida são acrescidos outros elementos sugestivos que têm como finalidade gerar expectativas, vislumbrar tendências, influenciar estilos, moda e gostos, que contribuem como agregação de valores, tornando a rocha cada vez mais reconhecida pelo mercado e despertando possibilidades de ser lembrada por longo período e valores de determinada época histórica.

No catálogo brasileiro de rochas editado pela Revista Rochas de Qualidade o “Brazilian Exporters Catalogue of Natural Dimension Stone”, em suas 06 edições, publicados desde 2004, estão relacionadas mais de 800 nomes de Rochas Ornamentais, dentre os quais observamos que a maioria é composta por nomenclatura de três nomes.

Exemplos:
Granito Branco Siena 
Mármore Azul Tropical

O primeiro nome indica a origem da formação de cada rocha, ou seja, se o material tem uma formação magmática como os granitos, quartzitos e sienitos ou se o nome designa que a rocha é considerada de origem sedimentária ou metamórfica, como os mármores, travertinos e ardósias.

A segunda e a terceira parte dos nomes de rochas ornamentais, geralmente são formadas por diferentes e variadas origens sugestivas, como referências ligadas às cores (indicando diferentes tonalidades e pigmentações), aos lugares de extração, topônimos que fazem ligação a fatos históricos, nomes de cidades, nomes de famílias, bem como inspirações poéticas e outros elementos que possam dar um forte peso, que contribuam para a valorização histórica e comercial de cada rocha. 

Alguns nomes de Rochas Ornamentais brasileiras são formados por nomes oriundos da cultura indígenas, principalmente pelas línguas “Tupi e Guarani”.

Exemplos:

Granito Iberê Gold
Granito Juparaná Clássico
Quartzito Azul Macaúbas

Os termos Iberê, águas profundas, Juparaná, rio grande, água grande e Macaúbas, planta ou palmeira que deu o nome à cidade de Macaúbas, no Estado da Bahia, onde se encontra o afloramento das jazidas desse quartzito.

Por outro lado, temos que considerar também que um elevado percentual dos materiais brasileiros são exportados para países estrangeiros, principalmente países de língua inglesa, onde temos vários nomes de rochas que passam a ser formados com palavras do idioma inglês.

Exemplos:

Granite Green Butterfly
Granite Yellow Symphony

A pigmentação e características do granito Green Butterfly, Verde Borboleta, faz referência ao termo zoonimico (etimologia relativa aos animais), e o granito Yellow Symphony, Amarelo Sinfonia, caracteriza a cor amarela combinada com matizes de suavidade, delicadeza e equilíbrio. 

Outra consideração que temos que levar em conta é a forte ligação que existe entre o Brasil e a Itália, principalmente a influência exercida pela imigração italiana no Estado do Espírito Santo no final século passado (1850-1900).

Como conseqüência, observamos que vários nomes de materiais fazem referência ao vocabulário italiano e também a lugares, cidades, famílias e outras inspirações que destacam inúmeros fatos históricos ligados ao continente europeu.

Exemplos:

Granito
Giallo Veneziano (Amarelo Veneziano)
Granito Capolavoro (Obra-prima)
Mármore Marrom Imperiale (Imperial)

Luiz Zampirolli

Administrador, Mestrado em Pedagogia pela “Università degli Studi di Torino –Itália”- Trabalha na área de mercado
da firma Sulcamar-Cachoeiro.

Fonte de Consulta, livro: Parole e immagini dal Brasile – italianismi nelle denominazioni brasiliane dei materiali lapidei ornamentali, di Rossebastiano Alda e Cacia Daniela.

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