Confira um balanço das iniciativas e conquistas do setor de rochas em 2010
Ano de intensas transformações, 2010 pode ser considerado um novo marco para o setor de rochas do Espírito Santo. Mudanças na forma de transporte, reformas nos setores trabalhistas e legislação mineral, ampliação das fronteiras de mercado são apenas alguns exemplos disso.
Outro fato que não pode ser esquecido é que após mais de dois anos de queda nos índices de exportação, os primeiros meses de 2010 já sinalizavam a volta ao ritmo normal das operações comerciais do setor, com a recuperação das vendas entre os seus principais mercados.
Confira, nas páginas a seguir, um pouco mais sobre esses e muitos outros assuntos que foram destaque no setor na retrospectiva 2010 da Revista Inforochas.
Marmoraria Escola em Cachoeiro
A Vitória Stone Fair 2010 também foi palco do lançamento do projeto Marmoraria Escola, realizado pelo Senai em parceria com o Sindirochas e Cetemag e que visa à formação de acabadores de rochas ornamentais em curso específico. A ideia nasceu depois de uma viagem que as entidades fizeram a Verona, na Itália, onde conheceram projeto semelhante.
A capacitação, denominada Curso de Designer e Acabador de Mármore e Granito, teve início no mês de abril, na unidade do Senai de Cachoeiro, contando com aulas também na sede do Cetemag. Entre as disciplinas eleitas estão Tecnologia de Produção de Manufaturados; História da Arte; Desenho Técnico de Projetos; Italiano, Autocad e Coreldraw.
Novo FAP entra em vigor
O ano de 2010 começou com a mudança na forma de cálculo do Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que começou a ser feito a partir do Fator Acidentário de Prevenção (FAP) atribuído às empresas.
De acordo com esse novo sistema, cada setor de atividade econômica receberá uma classificação de risco, que equivalerá a 1%, 2% ou 3% de contribuição sobre a folha salarial, incentivando ainda mais os cuidados com a saúde dos empregados e a segurança no trabalho.
Mudanças no transporte
O ano de 2010 também foi marcado pela mobilização de entidades e empresas do setor pela regulamentação do transporte de rochas ornamentais.
Neste período, foram várias as reuniões realizadas pela Comissão Especial do Transporte de Rochas do Contran para discutir qual a melhor forma de amarração e fixação de blocos e chapas de mármore e granito, entre outras decisões.
A Resolução 354 impõe o prazo até 31 de dezembro deste ano para adaptações dos veículos que fazem o transporte de chapas. Vale destacar que o artigo 9º desta resolução é imperativo quanto à fixação dos cavaletes em viga I, presa ao chassi, para o transporte vertical. Para o transporte de chapas na horizontal, será por meio de catracas fixadas às travessas de ferro presas à longarina e ao chassi do veículo.
“O Sindirochas participou da construção dessas normas desde 2007, com o objetivo de preservar os interesses do minerador e do transportador, e de atuar para que o transporte seja socialmente responsável”, destaca o superintendente da entidade, Romildo Tavares.
Reação do mercado global marca Vitória Stone Fair
Lançamentos, tendências de mercado e design é a prova de que o Espírito Santo continua sendo referência para o Brasil e o mundo no setor de rochas ornamentais.
Prova disso foi o sucesso da edição 2010 da Vitória Stone Fair.
O evento, que reuniu 270 expositores e recebeu mais de 24 mil visitantes entre os dias 23 e 26 de fevereiro, indicou a reação dos negócios com rochas ao redor do mundo, após dois anos turbulentos para o setor.
A feira ainda recebeu mais de 2.200 visitantes oriundos de 64 diferentes países, sendo que, entre os estrangeiros, a liderança absoluta foi dos Estados Unidos – maior mercado consumidor das rochas brasileiras – que respondeu por 30% das visitas, seguido pela Itália, com 9%, Canadá (6,8%), Espanha (5,4%) e México (5,2%).
Novos rumos à vista com a criação da Agência Nacional da Mineração
Logo no início de fevereiro, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, apresentou oficialmente a proposta do Novo Marco Regulatório da Mineração Brasileira. Entre as principais mudanças, figuraram a extinção do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e a criação de uma Agência Nacional de Mineração. A proposta agora aguarda aprovação no Senado e Câmara Federal, o que ainda não aconteceu.
Concorrência chinesa ameaça setor de rochas
Em 2010, o Brasil assistiu ao crescimento de um grande concorrente no mercado internacional de rochas ornamentais: a China.
Os chineses, nos últimos anos, expandiram consideravelmente sua capacidade produtiva, inclusive de máquinas, equipamentos e insumos, o que fez o País aumentar sua participação no mercado internacional, não como fornecedor de matéria-prima, mas de produtos acabados e semiacabados, com valor agregado.
Além da forte competitividade da China, a precária infraestrutura de portos e estradas e os altos impostos, que tornam a rocha brasileira mais cara, acabam colaborando para uma perda de mercado para os chineses.
A previsão dos especialistas é de que, se o Brasil não melhorar sua infraestrutura para baratear o custo das exportações, em 10 anos os chineses serão donos das pedreiras capixabas e o Brasil estará fora do mercado mundial de rochas ornamentais. Isso acarretaria a perda de cerca de 30 mil empregos no Espírito Santo.
Fim da jornada 12x36
Com o final do período de vigência do Acordo Coletivo anterior do setor de rochas, no último dia 30 de abril, foi decretado o fim da jornada 12 x 36 horas, provocando mudanças na configuração das escalas de trabalho de várias empresas do segmento.
Como o superintendente do Sindirochas, Romildo Tavares, alertou na época, as empresas de maior porte e que funcionam de maneira ininterrupta (24 horas ao dia) foram as que mais sofreram mudanças, como aumento do número de funcionários para atender a demanda de produção.
Manual de Referência
Empresários do setor de rochas ornamentais do Espírito Santo participaram durante os meses de março e abril de uma série de workshops sobre o Manual de Referência para as Marmorarias, uma publicação da Fundacentro que apresenta recomendações técnicas para a prevenção e o controle dos principais riscos à saúde e segurança dos trabalhadores.
O evento, organizado pelo Sindirochas e a Fundacentro, foi realizado em Cachoeiro de Itapemirim, Vitória e Nova Venécia e contou com a presença de 100 empresários.
Durante o encontro, os participantes receberam informações sobre o conteúdo do manual, além de orientações a respeito dos cuidados na atividade de marmoraria e na implantação da umidificação, processo que substituiu o tratamento feito anteriormente a seco em rochas ornamentais.
Sindirochas realiza seminário e debate a sustentabilidade
A importância da sustentabilidade foi o principal assunto debatido no Seminário do Setor de Rochas Ornamentais, realizado pelo Sindirochas, em julho de 2010, em Vitória.
O evento, que reuniu empresários, autoridades, profissionais autônomos, estudantes e diversas entidades, debateu, entre outros assuntos, a forma como uma atuação ecoeficiente e pautada na responsabilidade social corporativa agrega valor de mercado ao produto final das empresas de rochas.
O presidente do Sindirochas, Emic Malacarne Costa, durante a abertura do evento, ressaltou a importância da mudança de comportamento dos empresários em relação às questões ambientais. “Sabemos que sem uma gestão sustentável não será possível desenvolver o APL de rochas. É por isso que este é um dos temas deste evento”, disse.
Sicoob Credirochas comemora 10 anos
2010 foi um ano de muita comemoração para os associados ao Sicoob Credirochas. Ao completar 10 anos, a cooperativa de crédito do setor de rochas alcançou um total de 6,25 milhões de reais de sobras distribuídas aos seus associados e um patrimônio líquido de R$ 15 milhões em todo o período de funcionamento.
Além disso, a instituição deu prosseguimento ao seu projeto de expansão, com a instalação de mais sete máquinas de autoatendimento nas agências Aeroporto, Novo Parque e na nova agência Centro, inaugurada no mês de agosto.
Otimismo para 2011
Após sofrer um período de turbulência, provocado principalmente pela crise imobiliária e econômica norteamericana, os empresários do setor de rochas, em 2010, deram a volta por cima e já criam boas expectativas para o ano de 2011.
Isso ocorreu porque, com a crise nos Estados Unidos, que são o maior mercado consumidor das rochas brasileiras, o setor teve que pensar em novas estratégias e apostar em mercados não tradicionais.
Além disso, os empresários do setor tiveram que buscar ampliar sua influência no mercado interno, que até então era dominado por indústrias de outros tipos de revestimento.
Outra motivação para o otimismo dos empresários capixabas é o Plano Estratégico 2025 do governo do Espírito Santo, iniciativa que até 2014 vai investir cerca R$ 6,9 bilhões na região Sul capixaba, com o objetivo de proporcionar melhorias logísticas principalmente para as empresas do setor de rochas ornamentais.
Destino sustentável para resíduos
Em 2010, o setor de rochas mostrou que é possível conciliar atividade produtiva com condições que conduzam a um desenvolvimento sustentável.
Prova disso foi o aumento no número de aterros para resíduos industriais, que, em cinco anos, evoluiu de zero para 39. Para se ter uma ideia, entre 2008 e 2010, foram realizadas 22 requisições para a construção de aterros desse tipo, o que representa um crescimento de 43,5%.
Além de destinar a lama gerada pelo beneficiamento das rochas, de forma cada vez mais adequada, para aterros licenciados, o setor também passou a desenvolver alternativas para o uso no lugar da areia e da argila, na produção de cerâmica, blocos de concreto e blocos prensados.
A Associação de Desenvolvimento Ambiental do Mármore e Granito, a Ademag (foto), tem sido parceira das empresas nesse processo.
Empresas se unem no controle e na preservação ambiental
Dez empresas beneficiadoras de rochas ornamentais com sede em Rio Novo do Sul e Itapemirim (Mameri Rochas, MM2, Pazigram, Unimagral, Vigui Granitos, CM Granitos, Wingramar, Flamagram, Granita e Bayergran) uniram-se e formaram a Associação de Empresas de Rochas do Frade (Aserfra), que construiu em São José do Frade um aterro industrial para os resíduos gerados em suas e em outras empresas.
Na mesma área, a Aserfra destinará um espaço para o desenvolvimento de pesquisas e projetos, visando ao aproveitamento da lama do beneficiamento de rochas, além de um núcleo de educação ambiental para atuar principalmente junto às crianças das comunidades e escolas da região.
A Aserfra está trabalhando com destinos sustentáveis e nobres para os resíduos de suas atividades industriais. Parabéns às empresas associadas que agora só dependem da emissão da LO pelo Iema para que seu aterro industrial comece a funcionar.
Cachoeiro Stone Fair confirma momento positivo no setor
Confirmando o momento positivo do setor de rochas ornamentais, a Cachoeiro Stone Fair 2010, realizada de 24 a 27 de agosto, no Parque de Exposição Carlos Caiado Barbosa, foi marcada pelo otimismo dos expositores.
O motivo de tanta euforia no mercado, além de ser motivado pelo crescimento do mercado interno, se deve à demanda de produtos para a indústria da construção civil e para as obras de infraestrutura para a Copa de 2014, que já estão a todo vapor.
A Cachoeiro Stone Fair 2010 reuniu um total de 23 mil visitantes e contou com 200 estandes, um número 25% maior que o registrado em 2009.
Estiveram presentes no evento, expositores de rochas, máquinas e equipamentos de vários estados brasileiros, além de empresários de outros países, como Argentina, Estados Unidos, Itália, Espanha, China e Canadá.
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