quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Planejando o futuro

Extraído do site da Revista Inforochas

O ano de 2009 marca um novo período de administração municipal. Sejam candidatos reeleitos, eleitos pela primeira vez ou os que retornam à casa após um breve período, existe pelo menos um aspecto em comum entre os prefeitos que irão governar os principais pólos de extração e beneficiamento de rochas ornamentais do Espírito Santo: a vontade de desenvolver ainda mais a atividade, tão importante para a economia local, seja pela criação de empregos ou geração de divisas para o município.
Atenta às transformações que poderão vir por aí, a Revista Inforochas entrevistou os prefeitos eleitos de duas importantes cidades participantes do arranjo produtivo de rochas ornamentais no Sul do Estado: Castelo e Cachoeiro de Itapemirim. A partir destas conversas, fizemos uma seleção dos principais projetos quanto à atividade e também em outros aspectos, como saúde, educação, apoio às empresas e meio ambiente, que irão interferir diretamente na vida dos empresários e trabalhadores do setor.
Não deixe de conferir em nossa próxima edição, a matéria com prefeitos de duas cidades que são destaque na Região Norte: Barra de São Francisco e Nova Venécia.

Cleone Gomes do Nascimento, prefeito de Castelo
Primeiro prefeito reeleito da história do município, Cleone Nascimento é natural de Castelo e veio de uma família de dez irmãos. Iniciou sua vida pública candidatando-se como prefeito em 2004 e saindo como vencedor. Tri-atleta e praticante de vôo livre, investe no potencial do município no turismo de aventura.
Sobre o setor de rochas, ele destaca a grande quantidade de jazidas com materiais de alta qualidade, como o mármore São Cristóvão, um dos melhores do mundo, os granitos cinzas Corumbá e Andorinha e as pedras amarelas extraídas nas localidades de Pedregulho, Estrela do Norte, Pedra Lisa, Quilombo, Jabuticabeira e Nogueira.
Rochas ornamentais
Castelo tem um veio de rochas que atravessa todo o seu território e extrai cerca de 10% da produção estadual. São aproximadamente 70 frentes de extração e 43 empresas mineradoras de rochas ornamentais, mas apesar destes números, em termos de tributos municipais, a participação das empresas do setor de rochas na arrecadação é muito pequena, porque grande parte do beneficiamento é feito em cidades vizinhas.
Nós temos um projeto muito importante, o “Pegadas de Castelo”, que é um esforço do Poder Público e dos empresários no sentido de recuperar as áreas degradadas pela atividade mineradora. Alguns empresários já promoviam a recuperação em suas áreas e este projeto ganhou força. Com isto, muitos animais e plantas que tinham desaparecido já podem ser vistos nas áreas em recuperação ou recuperadas.
Certamente, neste novo mandato ele será ampliado, uma vez que serão contratados novos profissionais da área ambiental e outros para darem suporte à equipe que já atua nesta área.
Educação
Nossa prioridade é fortalecer o ensino fundamental, que é de competência dos municípios e tem sobrecarregado o orçamento municipal. Temos todo o interesse de integrar a família à escola e reduzir os índices de repetência e evasão escolar.
Existe a idéia de desenvolver cursos de tecnologia para a área ambiental, em parceria com a Facastelo, que já ofereceu, em parceria com o Governo do Estado (Prouni/Nossabolsa), 80 bolsas integrais (40 para o curso de Medicina Veterinária e 40 para o curso de Direito) para o ano de 2009.
Meio Ambiente
Vamos desmembrar a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente e criar uma de Meio Ambiente para aumentar a atenção e as ações de preservação ambiental, embora já façamos um trabalho respeitável no município, inclusive de Educação Ambiental com todos os alunos, desde a creche, que aprendem a importância da exploração sustentável.
Temos empresários responsáveis que entendem a importância de preservação e sempre contamos com eles para que o trabalho voltado à exploração econômica sustentável possa continuar, uma vez que o setor de rochas gera muitos empregos em Castelo. É importante destacar que estamos abertos para buscar novas alternativas juntamente com os empresários.

Carlos Casteglione, prefeito de Cachoeiro de Itapemirim
Natural de Itapemirim, mudou-se para Cachoeiro aos 12 anos, junto com a família. Sua vida política iniciou em 1984, quando se filiou ao PT. Desde então, ocupou vários cargos de direção partidária e eleito deputado estadual por dois mandatos consecutivos, em 2002 e 2006. Este é seu primeiro mandato como prefeito, após candidatar-se também em 2000 e 2004.
Para ele, seu maior desafio é trazer Cachoeiro de Itapemirim de volta para a rota do desenvolvimento, além de articular a geração de emprego e renda, junto a empresários locais, principalmente do setor de rochas.
Setor de rochas
Nossa prioridade é trabalhar com as potencialidades e a importância de Cachoeiro como um pólo de beneficiamento das rochas ornamentais, buscando fazer com que o mármore e o granito possam passar por todo processo de beneficiamento, pois isso agrega valor ao produto e gera emprego e renda para o nosso município.
Outro destaque que vamos dar é para a indústria do calcário. Cachoeiro, principalmente o distrito de Itaoca, é uma região muita rica nessa matéria prima que é tão fundamental para a siderurgia, que é o calcário. Existem também outras vocações próprias do calcário, como a sua utilização na agricultura. Vamos valorizar o calcário de Itaoca e incentivar sua boa extração para que haja agregação de valores e repercussão social no nosso município.
Educação
Vamos valorizar a educação fundamental, ampliando a rede de vagas nas creches e na educação de crianças de três a cinco anos. Também há o Cefetes, um importante pólo formador de mão-de-obra, inclusive para a indústria do mármore e do granito. Estamos trabalhando junto ao Ministério da Educação para implantação do primeiro curso de Engenharia do município, que será no Cefetes. Além disso, nosso governo vai trabalhar pela criação, em Cachoeiro, de uma extensão da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
Meio ambiente
Pretendo, em parceria com o governo estadual, ampliar a capacidade do município de fazer o licenciamento ambiental, para agilizar o processo de liberação de empreendimentos. Nós temos ainda muitas áreas a serem preservadas e muitos projetos interessantes, como o Corredor Ecológico Cafundó-Burarama-Pacotuba, o Parque do Itabira e o Parque da Ilha do Meireles e também preservar as nascentes, cuidar do Rio Itapemirim.
Temos outro desafio, que é a destinação dos resíduos sólidos, tanto os industriais quanto domésticos. Cachoeiro tem alguns projetos em fase de licenciamento. O depósito de resíduos industriais já tem área licenciada, já o de resíduos comerciais e domésticos está em processo de discussão.

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