sexta-feira, 16 de maio de 2008

A outra face

EDITORIAL EDIÇÃO N° 69 - Revista Pedras do Brasil

Toninho Carlos - Diretor de Redação

O MINISTÉRIO PÚBLICO COBRA porque está no direito e no dever de cobrar. Os ambientalistas reclamam, debatem, mas sequer chegam a conclusão do que realmente desejam. Seus objetivos não são transparentes. Os órgãos ambientais e o governo que deveriam ter solução para o problema, estão perdidos. Todos jogam o jogo da sedução, e a mídia desinformada ataca as empresas que passaram a ser as grandes vilãs do século 21.

Discutir a política ambiental no Brasil é muito complexo. O tema é bonitinho, atrai a imprensa, está na boca do povo, desperta patrocinadores, mas o assunto ainda é um tabu.

As empresas têm receio de debater a cerca do assunto, e desorientadas plantam árvores, algumas frutíferas, outras até eucaliptos, e acreditam que estão contribuindo para o bemestar do Planeta.

Enquanto isso, as autoridades ambientais, os paladinos da justiça, alguns com poder de conclamar a força policial invadem empresas, ameaçam prender empresários, oferecem denúncias ao Ministério Público, exigem uma quantidade de providências, e depois vão embora e voltam dias depois com novas exigências. Isso custa caro aos cofres das empresas que se vêem agredidas, intimidadas, e sem defesa. E geram desemprego.

Os empresários do setor de mármore e granito do Espírito Santo têm sofrido com a pressão das ditas autoridades e a força-tarefa, agressiva, desrespeitosa, intimidadora e incapaz. O setor, se levarmos em consideração outras atividades minerais, a pecuária e a agricultura que utilizam agrotóxico de maneira desordenada, afetando o lençol freático, secando rios e córregos, é o que oferece menor risco ao Planeta. Os resíduos de mármore e granito, sobretudo o calcário, que é utilizado como corretivo do solo, na prevenção contra acidez.

Quantos hectares, alqueires, quilômetros quadrados são necessários para uma boa plantação de cana de açúcar, café e uma agricultura sólida e rentável? Quantos alqueires são necessários para formar uma fazenda de gado, de leite ou de abate? Que tipo de degradação estas economias oferecem à terra, em nome do progresso? As rochas naturais degradam duas vezes menos o meio ambiente, se comparadas a cerâmica.

Desde 1991 tramita na Câmara Federal um projeto de lei que discute a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que se aprovado, pode acabar com as polêmicas sobre os resíduos perigosos. Fatores até então desconhecidos da maioria da população impedem que haja uma normatização eficaz. O desarquivamento e colocação em votação deste projeto, é um processo político e há muitos interesses em jogo, sobretudo das megas mineradoras e principais poluidoras do Planeta. Aí fala mais alto quem tem mais dinheiro.

Há também de se destacar que o setor de pedras ornamentais é o que mais aproveita os resíduos – sobras – de pedreiras, serrarias e marmorarias na fabricação de seixos, mosaicos, cimento, correção do solo, muros de contenção. Como se observa, este setor é perseguido e mal entendido, embora não seja nenhum santo e nem nós da Revista Pedras do Brasil queremos defender ou esconder erros. Apenas que se faça justiça.

A reportagem especial de capa, deste mês, sobre meio ambiente, mostra que existe por parte de algumas empresas a preocupação com a preservação ambiental. As cobranças são grandes e as soluções oferecidas, mínimas e ineficazes. Gasta-se muito dinheiro para nada, justamente para atender e ficar bem com os representantes dos órgãos de governo, que deveriam ter uma política clara, transparente e eficaz de controle ambiental. Mas não tem.

MSN: toninhocarlos@revistapedras.com.br CEL.: +55 (28) 8114-1008


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