De acordo com dados da Abirochas, as
exportações do período janeiro-novembro de 2012 atingiram US$ 981,21 milhões e
2.080.555,60 t, mantendo variação positiva tanto em faturamento (+6,72%),
quanto em volume físico (+3,62%), frente ao mesmo período de 2011. As
exportações do mês de novembro, especificamente, somaram US$ 87,05 milhões e 205.216,76 t, superando as do último mês
de outubro.
A expectativa é a de que o setor feche o
ano de 2012 com quase US$ 1,1 bilhão de faturamento e 2,3 milhões t em volume
físico, voltando à performance de anos anteriores. Um dado interessante em 2012
foi o aumento das exportações de rochas carbonáticas, especialmente mármores.
Diante deste quadro positivo, espera-se
para 2013 um crescimento das exportações, em função do aquecimento do mercado
de chapas para os EUA e de blocos para a China, o que deverá compensar a queda
nas vendas para o mercado europeu.
Já as importações de materiais rochosos
naturais somaram US$ 55,95 milhões e 90.887,40 t no período janeiro-novembro,
com variação negativa de respectivamente 10,15% e 5,94% frente a 2011, com
declínio do preço médio das importações brasileiras de rochas, enquanto as
importações de materiais rochosos artificiais somaram US$ 43,81 milhões e
56.893,81 t, com variação positiva de respectivamente 59,81% e 101,77% frente a
2011.
A expectativa para dois importantes
mercados para o Brasil, EUA para chapas e China para blocos, é a seguinte: em
relação aos Estados Unidos, a recuperação da economia americana deve ser
impulsionada a partir da retomada do setor imobiliário residencial, uma vez que
os investimentos em imóveis residenciais deverão crescer 12% em 2013, com o
início da construção de 930 mil novas moradias e aumento no preço médio dos
imóveis de 3,5%; enquanto o mercado chinês sinaliza para o crescimento da
demanda interna em detrimento do estímulo às exportações, com redução das
tarifas de importação para cerca de 800 produtos, especialmente matérias-primas
e bens intermediários (de acordo com dados do Informe da Abirochas 14/2012).
O Brasil tem reais condições de
competitividade nos mercados internacionais, pois alia a qualidade, beleza e
exotismo dos seus materiais à alta tecnologia, desde o beneficiamento ao
acabamento final. Nota-se, claramente, nos últimos dois anos, que o setor vem
investindo fortemente em tecnologia de ponta, especialmente em teares
multifios, o que transformou o País em excelente mercado para os fabricantes
estrangeiros. Este nicho de mercado tornou-se tão atrativo e competitivo que,
em 2012, durante a Vitória Stone Fair, fabricantes nacionais também
apresentaram seus teares multifios, com performance comprovada e excelente
relação custo-benefício. Também em 2012, muitas empresas investiram na
aquisição de politrizes, uma vez que hoje o setor já oferece o mesmo acabamento
final de qualidade para o mercado interno, em função da crescente demanda por
rochas ornamentais em obras de grande porte e projetos de arquitetura e
decoração residenciais, comerciais e corporativos.
Os empresários estão acreditando no Brasil,
investindo em alta tecnologia, mesmo com a baixa lucratividade. Acreditando no
mercado interno, cada vez mais exigente, e na qualidade do produto brasileiro,
aprimorando o que a natureza oferece. O que significa dizer que, mesmo em
tempos de crise, o setor de rochas manteve um alto nível de produção e
exportações significativas.
No mercado interno, o setor de rochas é
bastante influenciado pela construção civil, que apesar de ter crescido em
ritmo menor (4% em 2012), ainda assim cresceu à frente do PIB nacional. O
SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São
Paulo) projeta para 2013, um crescimento de 3,5% e 4%, informação divulgada em
novembro último. A expectativa é a de que haverá uma recuperação da taxa de investimento,
que deverá ficar em 19% do PIB.
Segundo especialistas da FGV, as
perspectivas para 2013 são otimistas, pois o PMCMV deverá ter seu ritmo
acelerado e as obras para os eventos esportivos também ganharão maior
velocidade. O crédito continuará sustentando a demanda habitacional e os
recursos para infraestrutura deverão crescer. E o ano já começa aquecido para o
setor de rochas com duas importantes feiras já nos primeiros meses do ano –
Vitória Stone Fair e Revestir - que prometem movimentar o mercado.
Emanuel
Mateus de Castro - Editor da Revista Rochas de Qualidade
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