quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Mármore, só de Cachoeiro



Extraído so site do Jornal Aqui Notícias
29.08.2012  -  Filipe Rodrigues
Quando se fala em charuto, o que vem a cabeça é Cuba. Em se tratando de champagne, o país é a França. E, agora, a tendência é que no mercado internacional, quando o assunto for mármore, um município seja naturalmente lembrado: Cachoeiro de Itapemirim. Isso porque, o Selo de Indicação Geográfica, também chamado de Indicação de Procedência, foi concedido à cidade e vai colocá-la ainda mais no circuito internacional.
Para o presidente do Centro Tecnológico do Mármore e Granito (Cetemag) de Cachoeiro, Emic Malacarne Costa, o selo de Indicação Geográfica concedido pelo Ministério de Desenvolvimento Econômico vai elevar o padrão de qualidade dos produtos e tornar o município referência. “O selo só agrega valor. Um grupo de trabalho vai apresentar as regras e normas para o setor e as empresas terão que se adequar. Com o tempo, acredito que em cerca de oito meses, já iremos colher os frutos”, comentou Emic.
Muito embora o município já detenha o título, as empresas precisarão se adequar. “Teremos que cumprir metas. Com isso, vamos disputar em nível mais elevado com Portugal e Grécia, por exemplo. Os próprios compradores estão mais exigentes, buscando mercado qualificado. O selo vai forçar as empresas a conseguirem essa excelência”, acrescentou Emic.
 “Os empresários terão mais chances também de comercializar o mármore industrializado e não apenas blocos. Sabemos que a nossa matéria-prima não perde em qualidade. Esse selo vai agregar ainda mais valor”, disse Emic.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Cachoeiro, Ricardo Coelho, o setor marmorista cachoeirense fica ainda mais competitivo no mercado internacional. “Temos produtos cobiçados e de alto valor, como o mármore branco. É uma questão muito importante, porque quando se falar em mármore, só de Cachoeiro”, enfatizou Ricardo.
Ele acrescenta ainda que o selo atrai maior divulgação no cenário internacional; maior qualificação dos profissionais; agrega valor; e enquadra empresas a cumprirem exigências de padrões de qualidade e respeito ao meio ambiente.
O que é indicação geográfica?
Nos mercados nacionais e internacionais, muitos produtos são caracterizados não apenas pela marca que ostentam, mas também pela indicação da sua verdadeira origem geográfica. Esta indicação lhes atribui certa reputação, valor intrínseco e identidade própria que os distinguem dos demais produtos de igual natureza disponíveis no mercado.
O termo “indicação geográfica” foi se firmando quando produtores, comerciantes e consumidores começaram a identificar que alguns produtos de determinados lugares apresentavam qualidades particulares, atribuíveis à sua origem geográfica, e começaram a denominá-los com o nome geográfico que indicava sua procedência.
Os produtos que apresentam uma qualidade única, explorando as características naturais tais como geográficas (solo, vegetação), meteorológicas (clima) e humanas (cultivo, tratamento, manufatura), e que indicam de onde são provenientes são bens que possuem um certificado de qualidade atestando sua origem e garantindo o controle rígido de sua qualidade.
Alguns exemplos envolvendo produtos de notável qualidade, certificados e identificados com indicações geográficas, são os vinhos tintos da região de Bordeaux, os presuntos de Parma, os charutos cubanos, os queijos Roquefort, entre outros. Nesses casos, a indicação da verdadeira origem geográfica do produto adquire a configuração de um bem, agregando valor econômico e beneficiando as pessoas estabelecidas no local de produção.
Desta forma, fortalece a organização social e concorre para o desenvolvimento sócio-econômico da região. Mas o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG) origina-se do esforço de um grupo de produtores ou de prestadores de serviço que se organizam para defender seus produtos ou serviços, motivados por um lucro coletivo.

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