Extraído so site do Jornal Aqui Notícias
29.08.2012 - Filipe
Rodrigues
Quando se fala em charuto, o
que vem a cabeça é Cuba. Em se tratando de champagne, o país é a França. E,
agora, a tendência é que no mercado internacional, quando o assunto for
mármore, um município seja naturalmente lembrado: Cachoeiro de Itapemirim. Isso
porque, o Selo de Indicação Geográfica, também chamado de Indicação de
Procedência, foi concedido à cidade e vai colocá-la ainda mais no circuito internacional.
Para o presidente do Centro
Tecnológico do Mármore e Granito (Cetemag) de Cachoeiro, Emic Malacarne Costa,
o selo de Indicação Geográfica concedido pelo Ministério de Desenvolvimento
Econômico vai elevar o padrão de qualidade dos produtos e tornar o município
referência. “O selo só agrega valor. Um grupo de trabalho vai apresentar as
regras e normas para o setor e as empresas terão que se adequar. Com o tempo,
acredito que em cerca de oito meses, já iremos colher os frutos”, comentou
Emic.
Muito embora o município já
detenha o título, as empresas precisarão se adequar. “Teremos que cumprir
metas. Com isso, vamos disputar em nível mais elevado com Portugal e Grécia,
por exemplo. Os próprios compradores estão mais exigentes, buscando mercado
qualificado. O selo vai forçar as empresas a conseguirem essa excelência”,
acrescentou Emic.
“Os empresários terão mais chances também de
comercializar o mármore industrializado e não apenas blocos. Sabemos que a
nossa matéria-prima não perde em qualidade. Esse selo vai agregar ainda mais
valor”, disse Emic.
O secretário de
Desenvolvimento Econômico de Cachoeiro, Ricardo Coelho, o setor marmorista
cachoeirense fica ainda mais competitivo no mercado internacional. “Temos
produtos cobiçados e de alto valor, como o mármore branco. É uma questão muito
importante, porque quando se falar em mármore, só de Cachoeiro”, enfatizou
Ricardo.
Ele acrescenta ainda que o
selo atrai maior divulgação no cenário internacional; maior qualificação dos
profissionais; agrega valor; e enquadra empresas a cumprirem exigências de
padrões de qualidade e respeito ao meio ambiente.
O que é indicação geográfica?
Nos mercados nacionais e
internacionais, muitos produtos são caracterizados não apenas pela marca que
ostentam, mas também pela indicação da sua verdadeira origem geográfica. Esta
indicação lhes atribui certa reputação, valor intrínseco e identidade própria
que os distinguem dos demais produtos de igual natureza disponíveis no mercado.
O termo “indicação geográfica”
foi se firmando quando produtores, comerciantes e consumidores começaram a
identificar que alguns produtos de determinados lugares apresentavam qualidades
particulares, atribuíveis à sua origem geográfica, e começaram a denominá-los
com o nome geográfico que indicava sua procedência.
Os produtos que apresentam uma
qualidade única, explorando as características naturais tais como geográficas
(solo, vegetação), meteorológicas (clima) e humanas (cultivo, tratamento,
manufatura), e que indicam de onde são provenientes são bens que possuem um certificado
de qualidade atestando sua origem e garantindo o controle rígido de sua
qualidade.
Alguns exemplos envolvendo
produtos de notável qualidade, certificados e identificados com indicações
geográficas, são os vinhos tintos da região de Bordeaux, os presuntos de Parma,
os charutos cubanos, os queijos Roquefort, entre outros. Nesses casos, a
indicação da verdadeira origem geográfica do produto adquire a configuração de
um bem, agregando valor econômico e beneficiando as pessoas estabelecidas no local
de produção.
Desta forma, fortalece a
organização social e concorre para o desenvolvimento sócio-econômico da região.
Mas o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG) origina-se do esforço de um
grupo de produtores ou de prestadores de serviço que se organizam para defender
seus produtos ou serviços, motivados por um lucro coletivo.
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