17/12/2011 às 08h55
Com a maior reserva em exploração de granito verde labrador do Brasil e um novo polo industrial, o município de Baixo Guandu, no Norte do Espírito Santo, quer se tornar referência na extração e no beneficiamento da pedra ornamental, exportada para diversos países.
A secretária de Desenvolvimento, Indústria e Comércio de Baixo Guandu, Lu Cardoso, explicou que atualmente o município conta com 20 mineradoras e busca agora atrair empresas beneficiadoras para se instalarem na cidade, agregando valor aos produtos e às exportações.
“Hoje a atividade é estritamente mineraria. Não há indústrias beneficiadoras e as empresas acabam enviando as pedras para outros pólos de beneficiamento ou exportando os blocos para países como a China e Estados Unidos”, explicou a secretária, ao enfatizar que a prefeitura vai participar da Vitória Stone Fair 2012 para apresentar as potencialidades da região às empresas participantes.
Instalado em parceria com a Superintendência de Projetos de Polarização Industrial (Suppim), a primeira fase do polo industrial de Baixo Guandu possui 36 lotes que variam de 1.200 a 3.000 metros quadrados. Ao todo serão 215,1 mil metros quadrados de área disponível para a implantação de empresas de qualquer setor econômico.
De Ubatuba para labrador
No Brasil, as primeiras jazidas do granito verde Ubatuba foram descobertas e exploradas nos anos de 1961 e 1962, no município de Ubatuba, em São Paulo. As jazidas produziam, em média, 300 a 400 metros cúbicos, consideradas uma descoberta de extrema importância econômica para o município e para o setor de rochas ornamentais, colocando-o no cenário internacional, com alto valor e demanda.
A exploração na região chegou ao fim devido à proteção da reserva ambiental da Serra do Mar. Em 1972, um granito com as características geológicas semelhantes ao verde Ubatuba e chamado de verde labrador foi encontrado em Alto Mutum Preto, distrito de Baixo Guando, no Espírito Santo.
Atualmente, o granito verde labrador é o único material verde semelhante ao verde Ubatuba, em atividade no Brasil. A produção mensal é de 12 mil metros cúbicos, podendo ser maior de acordo com a demanda do mercado, visto que a reserva mineral é de fácil desmonte e de volume inesgotável.
Para a extração é utilizada a tecnologia de fio diamantado e equipamentos de perfuração automática. O granito verde labrador pode receber todos os tipos de acabamento, tais como: le-vigado, flameado, polido e apicoado. O material é especificado tanto para ambientes internos como externos para revestimento de pisos e paredes, além de outras aplicações.
Da produção, 40% se destina ao mercado nacional com a comercialização de chapas e blocos para as serrarias. Já os 60% restantes são exportados para diversos mercados em blocos e chapas, como China e Estados Unidos. O escoamento da produção é realizado via transporte rodoviário, no trecho de 200 quilômetros, que liga Alto Mutum Preto ao Porto de Vitória ou através do modal ferroviário, pelo Porto Seco, em Colatina, num trecho de 80 quilômetros.
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