08/07/2008 - 14h16 (Guido Nunes - Redação Gazeta Rádios e Internet)
Desde a entrada em vigor da resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), na última sexta-feira (04), que estabelece requisitos obrigatórios de segurança para o transporte de blocos de rochas ornamentais, 42 caminhões carregados continuam retidos nos postos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Estado. O Sindirochas calcula que cerca de R$ 200 milhões deixarão de ser produzidos dentro de um mês caso a indústria fique sem receber a matéria-prima.
A situação é crítica pois, de acordo com o presidente do Sindicato das Industrias de Rochas Ornamentais, Cal e Calcário do Estado (Sindirochas), Áureo Mameri, apenas 5% das carretas que realizam este tipo de transporte no Espírito Santo estão regularizadas de acordo com as normas do Contran.
Com o objetivo de tentar chegar a uma solução para que o setor de rochas ornamentais não sofra prejuízos consideráveis, representantes do Sindirochas, do Sindicato das Empresas de Transporte de Rochas (Transcares) e da Federação das Empresas de Transporte (Fetransportes) se reuniram nesta terça-feira (08) para discutir e elaborar uma proposta ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para que seja concedido um prazo de pelo menos 60 dias para que as empresas - que tiveram seis meses para se adequar - se regularizem.
Mameri ressaltou que considera a resolução do Contran essencial para que seja garantida a segurança nos transportes de blocos de rochas ornamentais, no entanto, o número de carretas regulamentadas de acordo com as normas do Conselho são muito pequenos.
"Hoje não tem 5% das carretas adaptadas - cerca de 50 veículos. Estou sendo, talvez, otimista. Precisamos ter umas 200 carretas adaptadas para fazer o transporte sem problemas. Vamos tentar ver se há necessidade de se flexibilizar o prazo um pouco para que essas empresas se adequem. Mas vai ter que se adequar, a resolução é essencial e as amarras são extremamente importantes pra a segurança no transporte", disse o presidente do Sindirochas.
A descrença das empresas e dos caminhoneiros no cumprimento da resolução do Contran foi o principal motivo para que houvesse esse sufoco e o número elevado de carretas apreendidas, considerou o presidente da Fetransportes, Wagner Chieppe. "Tem sido usual as pessoa acharem que não vai acontecer nada. Se tivesse começado logo, acredito que o prazo teria sido suficiente, mesmo com dúvidas na implantação", disse.
Para retirar os veículos retidos nos postos da PRF no Estado, as empresas precisam enviar um guincho e uma carreta regularizada para que haja a troca dos blocos de granito no próprio local. Até o momento, nenhuma empresa realizou esse procedimento, informou o chefe do Núcleo de Comunicação da PRF, Edmar Camata.
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